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Programas: de 26 de maio a 2 de junho

Programas: de 26 de maio a 2 de junho

‘Mostra Ecofalante de Cinema’, ‘Presença Festival’ e ‘Mostra Teatro Petro’ fazem parte da programação cultural desta semana

*Nesta última quinta-feira (25), comemoramos o Dia Mundial da África. Iniciamos esta edição relembrando as palavras de Januário Garcia: “Existe uma história do povo negro sem o Brasil, mas não existe uma historia do Brasil sem o povo negro”.

*Na próxima semana, assim como ocorreu durante os últimos sete dias, um dos assuntos centrais foi e continua sendo o racismo estrutural, o racismo conjuntural e os protestos, em vários países, contra o brutal atentado, no estádio espanhol Mestalla, sofrido pelo atacante brasileiro Vini Jr., do Real Madrid. Que sejam permanentes as manifestações antirracistas, essas reações e esses protestos contra o racismo no mundo.

*Questões relacionadas aos povos indígenas e ao racismo estão em destaque na 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema,  em São Paulo de 01 a 14 de junho, com entrada franca. No cardápio cinematográfico, entre 100 filmes, estão obras premiadas em Cannes, Berlim, no Cinéma du Réel, e  no Festival de Tribeca. Presentes também produções de Jorge Bodanzky, Gabriela Cowperthwaite, Eduardo Coutinho, Paul Leduc, Gillo Pontecorvo, Ousmane Sembène, Safi Faye, Marta Rodríguez, Jorge Sanjinés, William Klein.

*Este ano a mostra é dedicada ao tema Fraturas (pós-)coloniais e as Lutas do Plantationoceno e traz 17 títulos realizados de 1966 a 1984 que discutem a herança do colonialismo em diferentes partes do planeta. Cunhado nos anos 2010 pelas  norteamericanas Donna Haraway e Anna Tsing, o termo plantationoceno no título da mostra se contrapõe ao conhecido Antropoceno e reconhece os fundamentos coloniais e escravagistas da globalização e do sistema socioeconômico hegemônico de hoje.

*Professor Rogério da Palma, autor do livro Racismo e liberdade, comenta no seu trabalho as relações inter-raciais e aconstrução da subcidadania negra no Brasil demonstrando como o processo de ruptura macro institucional (fim da escravidão e consequente processo de construção da cidadania negra) impactou as relações interpessoais.

*”Fazendeiros brancos, por exemplo,  conseguiram restabelecer formas de dependência e controle mantendo a desigualdade como princípio orientador das interações com negros e negras. A intimidade, longe de mitigar a sujeição, pode, ao contrário, reconstruí-la em outros níveis. O pós-abolição pode ser conceituado como um momento histórico em que lugares e hierarquias sociais construídos durante séculos se desmancham”, escreve Rogério da Palma, doutor em Sociologia pela UFSCar e professor na UEMS, a Univesidade Estadual do Mato Grosso do Sul. É autor também de Negros e Italianos em São Carlos (‎Novas Edições Acadêmicas/2014).

*Nova edição, novas aspirações. O Presença Festival chega à segunda edição oficial, no Rio de Janeiro, celebrando a potência da comunidade LGBTQIAPN+ nas artes, na cultura e no empreendedorismo. A programação vai até o dia 04 de junho e dá início às comemorações do mês do Orgulho LGBTQIAPN+. Entre as atrações, a maioria delas gratuitas, a mostra de Teatro Preto com apresentação das peças A Jornada De Um Herói e Meus Cabelos de Baobá; exposições de arte, oficinas de dança; atividades de literatura, dramaturgia e música instrumental; exibição de filmes, bate-papos; shows e uma ball  que traz à tona a cultura ballroom.

* Atenção para o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional na 18ª. Bienal de Arquitetura de Veneza 2023 ganho pela arquiteta brasileira negra Gabriela de Matos, curadora do Pavilhão Terra, do Brasil, junto com Paulo Tavares. É a primeira vez que o país recebe o importante prêmio.

*A primeira edição do projeto Cinema no Parque acontece neste final de semana com a exibição gratuita de 19 filmes no Museu Catavento (Parque Dom Pedro II), Centro de São Paulo. Com rodas de conversa ao longo da programação, sábado, 27, e domingo, 28, a partir das 10h. Filmes clássicos estão no programa de fim de semana. Entre eles, The Cameraman (O homem das novidades), comédia do cinema mudo de 1928, de Buster Keaton, e Blow Up (Depois daquele beijo), de Michelangelo Antonioni. Entre os nacionais, O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, narra a vida e o trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado.

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*Após a pandemia de covid-19, o IESP-Uerj retoma a sua Escola de Inverno com cursos de ensino de métodos e técnicas de pesquisa, teoria social e outros tópicos para estudantes de pós-graduação, docentes e para o público em geral. 

*Em Literatura e Marginalidade, a professora de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo, Vima Lia Martin,  traz para o leitor o diálogo entre duas importantes obras, Malagueta, Perus e Bacanaço, do brasileiro João Antônio, e Luuanda, do angolano Luandino Vieira. Escritas há mais de quarenta anos, ambas apresentam especial atualidade. O tema comum é o cotidiano das classes marginalizadas no Brasil e na África comparados pela literatura.

*A apresentação do livro: “Através dessas obras os autores trazem para a literatura a dura realidade das camadas marginalizadas do Brasil e de Angola, denunciando os valores que sustentam a desigualdade social de ambos os países, desestruturando os discursos e as práticas autoritárias colocadas em prática pelas elites”. (Da Alameda)

 *O programa é relembrar o presidente Lula, em seu discurso histórico no G7: “’Não faz sentido conclamar os países emergentes a contribuir para resolver as “crises múltiplas” que o mundo enfrenta sem que suas legítimas preocupações sejam atendidas, e sem que estejam adequadamente representados nos principais órgãos de governança global”.

*Kleber Mendonça Filho, diretor do documentário Retratos Fantasmas, sobre a forte presença de filmes brasileiros no Festival de Cannes: “Este momento bom do cinema brasileiro é maravilhoso, mas ele é normal. Tem que ser visto como normalidade. Anormal é o que acabou de acontecer. A gente está aqui em Cannes exibindo filmes, vários filmes, uma diversidade muito grande. Isso deve ser visto como normal e ser incentivado sempre. Nós como artistas representamos o País, o Brasil. Estou feliz de representar o Brasil”.

*Dia 31 de maio, o Canal Brasil exibe, como parte da mostra  É Tudo Verdade, o documentário O Grande Irmão, de Camilo Tavares, retratando os 17 anos de ditadura do general Augusto Pinochet, no Chile. O É Tudo Verdade tem curadoria do crítico de cinema, jornalista e escritor Amir Labaki.

*Atenção: este ano a Flip, em Paraty, será em novembro como aconteceu no ano passado. A Festa Literária Internacional da cidade anunciou a data de sua 21ª edição: começa dia 22 e termina dia 26 de novembro. Será a segunda vez da feira presencial depois da pandemia, voltando a ocupar as ruas e praças do Centro Histórico de Paraty. As edições de 2020 e 2021 foram realizadas em ambiente virtual. Ainda não foi divulgado o homenageado(a) deste ano.

*Sugestão: a leitura de Negra Semente, Fina Flor da Malandragem: Samba batucado do Estácio de Sá, de Carlos Didier, violonista e historiador da nossa música popular e autor de Noel Rosa: uma biografia, considerado pela crítica um dos maiores livros sobre o samba já publicados. Seu novo trabalho é “uma verdadeira viagem no tempo. Didier apresenta 18 capítulos introdutórios, o equivalente a 150 páginas, e expõe uma face perversa do movimento do samba batucado do Estácio. Informações musicais até então inéditas”. (Edição do autor).

(L.M.A.R.)

*As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.

**Imagem em destaque: O último refúgio, de Ousmane Samassékou, faz parte da 12ª Mostra Ecofalante de Cinema (Divulgação)

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