No Dia do Trabalhador, Lula assina isenção do IR para até dois salários mínimos e promete “mais conquistas de direitos”
As manifestações pelo 1º de Maio no Brasil e na América Latina atraíram parte da mídia latina. No Página 12, jornal mais identificado com a esquerda, a reportagem levou o título “Mobilizações em massa na América Latina para exigir melhorias no Dia do Trabalhador”. Segundo o jornal argentino, o Dia Internacional do Trabalhador foi comemorado com diferentes manifestações na América Latina, onde os trabalhadores saíram às ruas para exigir melhorias. Em uma grande manifestação em Montevidéu, a central sindical uruguaia, a PIT-CNT, exigiu mudanças profundas na matriz produtiva do país. No Brasil, o presidente Lula prometeu “mais conquistas de direitos” para os trabalhadores e o apoio total de seu governo aos pequenos e médios empresários. O presidente do Chile, Gabriel Boric, defendeu a redução da jornada de trabalho que acaba de começar a ser aplicada no país e disse que “não se vive para trabalhar, trabalha-se para viver”.
Lula fez um balaço das políticas sociais que promoveu nos primeiros 16 meses de seu governo e assinou a lei que estende a isenção do imposto de renda para aqueles que ganham até 2.842 reais (cerca de 547 dólares) e prometeu expandir esse limite para incluir salários de até 5.000 reais (cerca de 962 dólares). Em seu discurso, ele enfatizou que “a inflação está caindo” (3,94% ao ano), o emprego está crescendo e “a indústria voltou a investir no Brasil”.
Na agência Reuters o foco foi o imposto de renda. O Brasil aumentará substancialmente as isenções de imposto de renda para pessoas físicas até o final do mandato do atual governo e não concederá isenções fiscais para empresas que não tenham compromisso com o emprego, disse o presidente Lula nesta quarta-feira. Ao participar das comemorações do Dia do Trabalhador, Lula reafirmou sua promessa de campanha de aumentar as isenções de imposto de renda para aqueles que ganham até R$ 5.000 por mês. “A palavra está mantida”, disse Lula, acrescentando que isso seria realizado até 2026. Durante o evento, Lula também disse que não haveria isenções fiscais no Brasil “para beneficiar os ricos”, mas para aqueles “que trabalham e dependem de seus salários”, referindo-se à controversa desoneração de 17 setores da economia.
CHUVA NO RS
Grande da mídia da América Latina publicou reportagens sobre a nova tragédia provocada pelas chuvas no estado do Rio Grande Sul, como o argentino Clarín. “Pelo menos dez pessoas morreram e 21 estão desaparecidas em decorrência das fortes chuvas no estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil. As fortes inundações também deixaram cenas aterrorizantes: casas arrastadas pelas águas furiosas, estradas destruídas e até mesmo moradores presos por horas. As enchentes começaram na segunda-feira, após uma série de tempestades e chuvas fortes na região. De acordo com a Defesa Civil, até quarta-feira, 3.393 pessoas tiveram que ser evacuadas em mais de 100 municípios do estado, cujas autoridades abriram abrigos para abrigar os moradores.” Os textos dos demais jornais são similares.
Também a BBC internacional publicou reportagem sobre a tragédia.
Na imagem, o presidente Lula e o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, deputado Guilherme Boulos, durante o ato pelo 1o de Maio desta quarta-feira realizado na zona leste de SP / Ricardo Stuckert/PR
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.