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Na Cúpula da Amazônia, Lula cobra recurso estrangeiro contra desmatamento

Na Cúpula da Amazônia, Lula cobra recurso estrangeiro contra desmatamento

A cúpula da Amazônia, que terminou nesta quarta-feira, foi amplamente noticiada pela mídia internacional. Além dos tradicionais meios da Europa e da América Latina, Japão e Coreia do Sul também acompanharam o tema, com textos em inglês. Alguns veículos cobraram a ausência de um compromisso preciso para erradicar o desmatamento.

Doze países presentes na Cúpula da Amazônia, realizada no Brasil nesta quarta-feira, pediram às nações desenvolvidas que cumpram suas obrigações de financiamento climático e contribuam com US$ 200 bilhões por ano até 2030 para o financiamento da biodiversidade. O apelo vem da Bolívia, Brasil, Colômbia, República Democrática do Congo, Equador, Guiana, Indonésia, Peru, República do Congo, São Vicente e Granadinas, Suriname e Venezuela, informa a Reuters.

O presidente Lula convocou a Cúpula Amazônica desta semana em uma tentativa de forjar uma frente unida entre as nações detentoras de florestas tropicais quando elas se envolverem em negociações internacionais, como a cúpula climática COP28 das Nações Unidas, que será realizada no final deste ano. “Estamos indo para a COP28 com o objetivo de dizer ao mundo rico que, se eles querem efetivamente preservar a floresta que existe, eles precisam pagar dinheiro não apenas para cuidar da copa das árvores, mas para cuidar das pessoas que vivem sob ela”, disse Lula nesta quarta-feira.

O Guardian resume o tema no título: ‘A natureza precisa de dinheiro’: Lula pede aos países ricos que paguem e protejam as florestas tropicais do mundo

Na Associated Press, um texto equilibrado: a Cúpula Amazônica do Brasil foi encerrada na quarta-feira com um roteiro para proteger as florestas tropicais que foi saudado como um passo importante no combate à mudança climática, mas sem os compromissos concretos buscados por alguns ambientalistas para acabar com o desmatamento. Líderes e ministros de oito nações amazônicas assinaram uma declaração na terça-feira em Belém, que estabeleceu planos para impulsionar o desenvolvimento econômico em seus países e, ao mesmo tempo, evitar que o desmatamento contínuo da Amazônia “chegue a um ponto sem retorno”. Vários grupos ambientais descreveram a declaração como uma compilação de boas intenções, com poucas metas e prazos mensuráveis. No entanto, ela foi elogiada por outros, e a organização guarda-chuva de grupos indígenas da Amazônia comemorou a inclusão de duas de suas principais demandas.

Ao noticiar o encontro do clima em Belém, o britânico Independent informa que as evidências da mudança climática foram espalhadas por todo o mundo este ano, variando de calor esmagador a secas caras e inundações devastadoras. Nesta quarta-feira, a resseguradora Swiss Re Group colocou um preço parcial nesta situação, divulgando que tempestades severas nos EUA no primeiro semestre do ano levaram a US$ 34 bilhões em perdas seguradas.

Japan Times, também presente no tema, informou que, para Lula, a cúpula faz parte de um esforço para recuperar o papel de liderança do Brasil nas negociações globais sobre o clima, um lugar que o país abandonou em grande parte durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que reverteu as proteções ambientais e atraiu o escárnio internacional com o aumento do desmatamento. Dados preliminares do governo divulgados na semana passada mostraram que o desmatamento na Amazônia caiu 66% em julho em relação ao ano anterior.

South China Morning Post, com AFP: Nações amazônicas lançam aliança para combater o desmatamento em cúpula. Mas a cúpula não chegou a adotar o compromisso do Brasil de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e o compromisso da Colômbia de interromper novas explorações de petróleo.

Uma declaração conjunta criou uma aliança para combater o desmatamento, mas deixou que cada país buscasse suas próprias metas de conservação, noticia a BBC. Os ativistas do clima disseram que o acordo carece de medidas concretas em um momento em que “o planeta está derretendo”.

“Não é possível que, nessas circunstâncias, os oito presidentes das nações amazônicas não possam incluir uma linha na declaração afirmando, em letras garrafais, que o desmatamento precisa ser zero, que não será mais tolerado”, disse Márcio Astrini, do grupo Observatório do Clima.

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The Chosun Ilbo, um dos principais jornais da Coreia do Sul, diz que a cúpula – a primeira desde 2009 para a organização de 28 anos – fez parte da plataforma de campanha do presidente Lula  no ano passado, na qual ele prometeu que “o Brasil está de volta” na luta contra as mudanças climáticas após um período de crescente destruição na Amazônia sob seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro.

Cúpula Amazônica ampliada reafirma compromisso com o planeta, mas pede cooperação, em título do El Mercurio.

Cúpula ampliada da Amazônia reafirma compromisso. Os países amazônicos concordaram em lançar uma aliança regional para combater o desmatamento, com o objetivo de evitar que a maior floresta tropical do planeta chegue a “um ponto sem retorno”, como disse o anfitrião da cúpula, diz o Centro Latino-americano de Análise Estratégica.

No Público, resumo no título: “Países amazônicos falham em acordo sobre meta comum para o fim do desmatamento”

A Prensa Latina se limitou a descrever o documento divulgado pelos países da cúpula amazônica. Em outro texto, noticia que Lula cobra investimento internacional para manutenção da Amazônia. A agência EFE divulgou vídeo com o mesmo tema.

A Agência France Press veiculou vídeo da entrevista do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no evento do clima.

Prisão de ex-diretor da PRF

Repercutindo notícia de destaque na mídia brasileira, a Reuters noticia que o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal do Brasil, Silvinei Vasques, foi preso nesta quarta-feira em uma operação policial para investigar a interferência no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na votação de outubro, a polícia rodoviária realizou operações e bloqueios de estradas no nordeste do Brasil que atrasaram a chegada de alguns eleitores às seções eleitorais. A supressão de votos poderia ter beneficiado o então presidente Jair Bolsonaro. “Ficou muito claro que não havia razão ou motivo” para os bloqueios de estradas, disse uma fonte.

O Clarín também noticiou a prisão. “Brasil: ex-diretor da polícia rodoviária de Bolsonaro é preso por possível interferência nas eleições.”

A prisão está também no português Correio da Manhã.

Cidades

O Financial Times aborda o tema das cidades. De acordo com os novos números do censo, muitos dos grandes centros urbanos litorâneos do país – antes um ímã para os migrantes – estão diminuindo rapidamente. Em contrapartida, as cidades e vilas do vasto interior estão crescendo à medida que o agronegócio traz oportunidades para áreas que antes eram áridas e inóspitas. Nos 12 anos entre este censo e a pesquisa anterior em 2010, a população do Rio de Janeiro caiu 1,7%, enquanto Porto Alegre, no sul, encolheu 5,4% e Belém, na costa amazônica, 6,5%. Mas entre as grandes cidades, em nenhum lugar a queda foi tão vertiginosa quanto em Salvador, um município histórico no litoral nordestino do estado da Bahia. Ela perdeu quase 10% de seus habitantes – cerca de 260.000 pessoas.

Separatismo

O site Brazilian Report chama de separatismo as declarações do governador de Minas Gerai, Romeu Zema, em um podcast.

Dengue

Ainda no Brazilian Report, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse aos parlamentares nesta quarta-feira que a vacina contra a dengue Qdenga, fabricada pela Takeda, está sendo analisada por um comitê técnico que recomendará a compra ou não para o sistema nacional de saúde. A assessoria de imprensa da Takeda informou que o pedido foi feito em 28 de julho. O prazo para análise é de seis meses a partir da data de apresentação.

Ilustração: Lula discursa na cúpula amazônica / Ricardo Stuckert

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