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Lula sobre Ucrânia: É uma guerra em que não vejo ninguém falando de paz

Lula sobre Ucrânia: É uma guerra em que não vejo ninguém falando de paz

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou a invasão russa na Ucrânia nesta terça-feira, e afirmou que ninguém está falando sobre a paz no que ele chamou de “guerra insana”. Falando durante uma visita à Espanha, Lula disse que está empenhado em encontrar uma fórmula de paz para acabar com o conflito. “Eu entendo a visão europeia dessa guerra. É inaceitável que um país invada outro, mas é uma guerra em que não vejo ninguém falando de paz”, disse, durante discurso em uma conferência de negócios, conforme a Reuters. Na Espanha, Lula pediu mais esforços de paz “para que a Ucrânia possa manter seu território”, voltando atrás em uma sugestão recente de que o país invadido precisa fazer concessões para acabar com a guerra e que a Rússia deve devolver o território invadido recentemente, mas pode manter a Crimeia.

Nota da Reuters informa que opositores e apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva se manifestaram durante visita do presidente no Parlamento de Portugal desta terça-feira, último dia da estadia.  Os apoiadores o saudaram como o salvador da nação. Lula participava da comemoração da revolução dos Cravos de 1974, que derrubou o ditador Antonio de Oliveira Salazar. Enquanto Lula discursava no Parlamento, os legisladores do Chega batiam em suas mesas e seguravam cartazes dizendo “Chega de corrupção”. Três deles trouxeram bandeiras ucranianas depois que Lula irritou muitos por sugerir que tanto a Ucrânia quanto a Rússia eram culpadas pela guerra. A democracia brasileira passou recentemente por momentos de grande ameaça… tentaram atrasar nosso relógio em 50 anos”, disse Lula ao parlamento. “A notícia que trago a vocês é que a democracia brasileira demonstrou sua solidez e resiliência.” Dançando e segurando cravos, os apoiadores de Lula irromperam quando ele chegou ao Parlamento, gritando: “Fascismo nunca mais!”.

Também o argentino La Nación publicou as vaias da extrema-direita. Uma dúzia de deputados portugueses de extrema-direita vaiou o discurso do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira, no final de uma visita de Estado com o objetivo de relançar as relações entre o gigante sul-americano e sua antiga potência colonial. “Você se acostuma com isso quando faz política”, reagiu Lula, descrevendo como uma “cena ridícula” o gesto dos deputados do partido Chega, que bateram em suas mesas e seguraram cartazes proclamando “Chega de corrupção” e “Lugar de ladrão é na cadeia”. Falando à imprensa após seu discurso, Lula acrescentou: “Acho que quando essas pessoas forem para casa e colocarem a cabeça no travesseiro, vão dizer ‘que bobagem nós fizemos'”.

Também o Clarín noticiou as vaias da bancada “Chega” de Portugal de extrema-direita. Lula qualificou a cena de ridícula. “A democracia no Brasil passou recentemente por momentos de grave ameaça. A notícia que lhes trago é que as forças democráticas do Brasil demonstraram sua força e resiliência”, disse.

UE e Mercosul

A agência Associated Press (AP) informa que Lula chega à Espanha nesta terça-feira, na segunda parada de uma viagem pela Europa, com o objetivo de restabelecer as relações e avançar em um acordo comercial há muito adiado entre a UE e o Mercosul formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Depois de passar cinco dias em Portugal, Lula chega a Madri para participar de um fórum de negócios, antes das reuniões com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e com o rei Felipe VI na quarta-feira. A União Europeia, com 27 membros, concluiu as negociações com o Mercosul em 2019, mas a ratificação está paralisada.

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O canadense Financial Post publicou nota da AP sobre a viagem de Lula à Espanha.

Argentina em crise

O ex-presidente da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, concordou nesta segunda-feira com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de o FMI reconsiderar a dívida com a Argentina e deixar de impor condições que agravem a crise no país.  Nesta segunda-feira, em entrevista ao programa “Patria Grande”, Rodríguez Zapatero analisou a crise econômica pela qual passa a Argentina e garantiu que ela é “consequência do esforço feito durante a pandemia, a guerra e agora a seca”, informa o jornal Página 12. “Ele disse que os mercados têm uma “visão injusta da Argentina” e sugeriu, como uma possível solução para a corrida cambial desta semana, que “a comunidade internacional, os investidores e, é claro, o FMI, que tem uma relação tão sinuosa com a Argentina, façam um apelo aos mercados, conversem com os mercados para que eles não aprofundem injustificadamente uma situação tão difícil”. O dólar disparou na Argentina nesta terça-feira chegando perto de 500 pesos

Venezuela

Representantes de 19 países e da União Europeia estão se reunindo em Bogotá nesta terça-feira para tentar revigorar as negociações entre o governo venezuelano de Nicolas Maduro e os partidos políticos da oposição. A reunião, organizada pelo presidente colombiano Gustavo Petro com o apoio dos Estados Unidos, inclui a Espanha, o Reino Unido, a Argentina, o Brasil e outros. O objetivo da reunião é ajudar maduro e a oposição a reiniciar as negociações paralisadas no México, com foco em eleições livres e no possível levantamento das sanções contra o governo venezuelano, informa a Reuters.

Trabalho

A agência cubana Prensa Latina, informa que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, assina na quarta-feira um memorando de cooperação com sua homóloga espanhola, Yolanda Díaz, com quem concordou hoje sobre temas trabalhistas. Marinho chegou à capital como o grupo avançado da delegação de Lula, que cumpre intensa agenda em Madri nas próximas horas, depois de visitar Portugal. O líder brasileiro elogiou a reforma trabalhista espanhola e enfatizou que seu país aprenderá com essa experiência, que ele descreveu como positiva. Juntamente com a segunda vice-presidente do governo espanhol e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, Marinho indicou que, assim como foi feito na Espanha, o Brasil pretende iniciar um processo de negociação tripartite (sindicatos, empregadores e governo) em busca de pontos que coincidam para melhorar o mercado de trabalho.

Agrotóxicos

Uma investigação revelou que pesticidas proibidos na UE por estarem ligados a riscos à saúde humana estão sendo exportados e usados em fazendas no Brasil que fornecem à Nestlé. A Europa abriga algumas das maiores e mais lucrativas empresas químicas do mundo, incluindo a Syngenta, sediada na Suíça, e as multinacionais alemãs BASF e Bayer. No entanto, vários pesticidas e fungicidas produzidos por elas foram proibidos pelas autoridades de saúde europeias depois de terem sido associados ao câncer, a problemas reprodutivos e a doenças neurodegenerativas. Apesar da proibição, milhões de libras em produtos ainda estão sendo exportados para o Brasil, informa o Guardian.

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