Combate à fome é escolha política, diz Lula em evento do G20
O presidente Lula lançou nesta quarta-feira as bases da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no Rio de Janeiro.
O presidente Lula apelou esta quarta-feira aos líderes do G20 para agirem em conjunto para encontrar soluções sustentáveis capazes de erradicar a fome globalmente. “A fome é a mais degradante das privações humanas. É um atentado à vida, uma agressão à liberdade”, disse Lula em reunião do G20, onde apresentou a Aliança Global contra a Fome a Pobreza, proposta do Brasil, que lidera o grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia. Entre as causas da fome e da pobreza, Lula afirmou que não resultam apenas de fatores externos, mas sim “de escolhas políticas porque o mundo produz alimentos mais do que suficientes” e, portanto, falta um esforço global para “criar condições de acesso aos alimentos”.
Logo no início do seu discurso, Lula da Silva afirmou que o projeto de uma Aliança Global contra a fome e a pobreza é um dos pontos altos do seu terceiro mandado. “Participar dessa reunião ministerial que lança as bases para a Aliança contra a Fome e a Pobreza, é um dos momentos mais relevantes dos 18 meses deste meu terceiro mandato. Neste espaço tão simbólico — o Galpão da Cidadania — damos um passo decisivo para recolocar esse tema de uma vez por todas no centro da agenda internacional”, disse. (Correio da Manhã)
Trata-se do início de um esforço global para acabar com a fome e a pobreza extrema, com o objetivo de torná-lo uma marca registrada da presidência do Brasil no G20, enquanto busca restaurar a presença do país no cenário mundial. Ao lado de autoridades estrangeiras no Rio de Janeiro, onde os ministros de finanças e desenvolvimento das maiores economias do mundo se reúnem esta semana, Lula saudou a nascente Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
“Nada é tão absurdo e inaceitável no século XXI como a persistência da fome e da pobreza, quando temos tanta fartura e tantos recursos científicos e tecnológicos à nossa disposição”, disse Lula. “Nenhuma questão é mais atual e mais desafiadora para a humanidade. Não podemos normalizar essas disparidades – a fome é a mais degradante das privações humanas, um atentado à vida, um atentado à liberdade.”
O Brasil lançará oficialmente a iniciativa em novembro, quando os chefes de estado se reunirão para a Cúpula do G20 no Rio. O governo brasileiro estima que a iniciativa pode atrair a participação de mais de 100 países. (Reuters / Infobae / Nodal )
CONCESSÃO NA AMAZÔNIA
Para combater a destruição contínua da floresta amazônica, o Brasil anunciou na terça-feira um plano para expandir a extração seletiva de madeira para uma área do tamanho da Costa Rica nos próximos dois anos. No Brasil, vastas terras florestais são designadas como públicas, mas não têm proteção ou fiscalização especial e são vulneráveis à grilagem de terras e ao desmatamento ilegal. Os criminosos frequentemente tomam posse da terra e a desmatam, esperando que o governo acabe reconhecendo-os como proprietários, o que geralmente acontece. “O principal objetivo das concessões florestais é a conservação dessas áreas”, disse Renato Rosenberg, diretor de concessões florestais do Serviço Florestal Brasileiro. “Elas também criam empregos e renda em partes da Amazônia que, de outra forma, teriam pouca atividade econômica.” A ideia é que, ao dar permissão para que as empresas madeireiras retirem um número limitado de árvores, elas passam a ter participação na supervisão da floresta, algo que o governo brasileiro não tem condições de fazer. Vários estudos mostram que o desmatamento ilegal em áreas de concessão é significativamente menor do que fora delas. O presidente Lula planeja tratar até 310.000 quilômetros quadrados de floresta amazônica pública não designada dessa forma – uma área do tamanho da Itália. (Independent)
TUBARÃO TESTA POSITIVO PARA COCAÍNA
Assunto atraiu a maior parte da mídia internacional. Notícias entre terça e quarta-feira (23 e 24/07)
Cientistas encontraram vestígios de cocaína em tubarões selvagens na costa do Brasil, em uma descoberta que destaca os riscos do comércio ilegal de cocaína para a vida marinha. Os tubarões-brancos foram capturados por frotas pesqueiras na costa do estado do Rio de Janeiro, entre setembro de 2021 e agosto de 2023. Todos os 13 tubarões – três machos e 10 fêmeas – testaram positivo para cocaína, disseram os pesquisadores em um estudo publicado na revista Science of the Total Environment. A droga, juntamente com a benzoilecgonina, o principal metabólito da cocaína, foi encontrada em seus tecidos musculares e fígados. Os pesquisadores não sabem exatamente como os tubarões foram expostos à droga. Mas eles suspeitam que quantidades de cocaína provavelmente foram despejadas na região costeira por meio de esgoto bruto em rios e canais urbanos. A pesquisa, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, é a primeira a constatar a presença de cocaína em tubarões.
(Washington Post) (Independent) (Figaro) (Le Parisien)
“Não é um filme B”, resume a National Public Radio (NPR, Rádio Pública Nacional dos EUA
“A mais recente pesquisa demonstra como o consumo de drogas ilegais por seres humanos está prejudicando a vida marinha”. (The Guardian)
https://www.pagina12.com.ar/754285-tiburones-y-cocaina-detectan-13-ejemplares-intoxicados-en-br
Na imagem, o presidente Lula e ministros participam da reunião do G20 no lançamento das bases da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no Rio de Janeiro / Ricardo Stuckert.
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.