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Programas – de 26 de julho a 2 de agosto

Programas – de 26 de julho a 2 de agosto

*”Se isto não é uma tentativa de cometer genocídio, realmente não sei o que é”, declarou um dos maiores especialistas em estudos sobre o Holocausto, o historiador Faz Segal, do Stockton Riverside College, na Grã-Bretanha, onde dirige o Programa de Mestrado em Estudos do Holocausto e Genocídio. Segal indaga na entrevista de ampla repercussão internacional concedida à jornalista Amy Goodman, do canal Democracy Now: “Por que o mundo não está ouvindo?”. A matéria foi publicada na revista Jewish Currents com o título Um Caso Clássico de Genocídio. O especialista israelense em genocídios modernos qualifica o ataque de Israel a Gaza como um caso clássico de “tentativa de genocídio” e a racionalização da sua violência como um “uso vergonhoso” das lições do Holocausto.

*Publicação da associação francesa EuroPalestina no dia da abertura das Olimpíadas de Paris: “Oitenta e três por cento da Faixa de Gaza foi declarada pelo exército israelita ‘zona proibida'”. A NBC News, por sua vez, informou, na mesma data, que pelo menos 50 médicos especialistas foram mortos em Gaza pelas forças de ocupação israelenses desde o dia 7 de outubro de 2023. E o Ministério do Interior da França, por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos, anunciou que estavam proibidas todas as manifestações pró-Palestina até o final do acontecimento desportivo.

*”Não perturbe a delegação israelense convidada e o presidente israelense acima de tudo! Feche os olhos, tape os ouvidos, senhor Macron!” exortava a Associação EuroPalestina, embora milhares de manifestantes tenham ido às ruas da capital francesa. A maior manifestação ocorreu no bairro de Barbès, em Paris.

*Cerca de cem filmes nacionais serão exibidos no maior festival de cinema brasileiro no exterior, o Inffinito Brazilian Film Festival, entre 19 e 29 de agosto, em Nova Iorque e em Miami. Entre eles estão na mostra competitiva de longas-metragens, Viva a Vida, Tia Virgínia, Mais Pesado é o Céu, Meu Nome é Gal, O Sequestro do Voo 375, O Barulho da Noite e Grande Sertão. O público poderá acompanhar online o Inffinito Brazilian Film na sua edição de Miami, na plataforma de streaming Inff.online.

*Grande programa: seguir a trajetória do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que acaba de ser selecionado para a competição oficial do 81º Festival de Cinema de Veneza, tradicionalmente realizado em agosto. É a terceira vez que o cineasta participa do certame, onde esteve em 2001, por ocasião da estreia de Abril Despedaçado. No elenco, Fernanda Torres e Selton Mello, com participação especial de Fernanda Montenegro. O filme é uma coprodução Brasil-França.

*Ainda Estou Aqui é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, plena ditadura civil-militar, quando a família do deputado Rubens Paiva vê a sua história mudar para sempre.

*”Estamos felizes de ir a Veneza com um filme tão pessoal. O livro de Marcelo me marcou profundamente”, diz Salles, “e nos convida a olhar essa história do ponto de vista da sua mãe, Eunice, essa mulher que precisou se reinventar e romper com os laços patriarcais comuns nas famílias brasileiras”. Ainda Estou Aqui promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles que fizeram juntos Terra Estrangeira e O Primeiro Dia.

*Um dos livros mais comentados no primeiro semestre deste ano já está nas estantes de lançamentos especiais das livrarias após o período de pré-venda pela sua editora. Geração Ansiosa – Como a Infância Hiperconectada Está Causando uma Epidemia de Transtornos Mentais investiga o colapso da saúde mental entre os jovens e apresenta um programa urgente para uma infância mais saudável, menos dependente e mais livre das telas. O autor, psicólogo social Jonathan Haidt, professor na Universidade de Nova Iorque, mostra o que pais, professores, escolas, empresas de TI e governos podem fazer, na prática, para reverter a perigosa situação e evitar danos psicológicos mais sérios (Editora Companhia das Letras).

*Nesse fim de semana de 27/28 de julho, apresentações de Judy: O Arco-Íris é Aqui, de Flavio Marinho, em Curitiba, no Teatro Regina Vogue. Luciana Braga faz Judy Garland, a homenageada, um ícone e um mito da música, do showbiz e da cultura estadunidense. Um outro texto de Marinho, Não Me Entrego, também está em cartaz nesse fim de semana, no Teatro Vanucci, no Rio de Janeiro. O protagonista é o ator Othon Bastos, de 91 anos, com 70 de carreira brilhante, que sobe ao palco pela primeira vez fazendo um monólogo. Othon é um dos personagens da “era dos grandes velhos” como estão sendo chamados os novos longevos.

*O jornalista, professor e pesquisador de cinema Pedro Butcher lança Hollywood e o Mercado de Cinema no Brasil – Princípio(s) de uma Hegemonia. É leitura necessária. “Afinal, o que é Hollywood? De que forma Hollywood se tornou sinônimo do império do cinema estadunidense no mundo?” indaga, no trabalho. “E esse império que se constituiu em terras brasileiras?” No livro, documentos do Departamento de Estado e do Departamento de Comércio dos Estados Unidos “revelam como o governo americano apoiou o processo de expansão internacional de uma hegemonia cinematográfica que se perpetua até hoje” (Editora Letramento).

*Também nesse sábado, 27 de julho, Juliana Linhares apresenta clássicos do cancioneiro nordestino nos jardins da Casa Museu Eva Klabin, parte do Projeto Pôr do Sol, com canções de Jackson do Pandeiro, Cátia de França, Alceu Valença e de compositores brasileiros que celebram o “lirismo árido” das canções nordestinas e a força dessa região nas músicas de Juliana e nas releituras dos compositores.

*Professores Universitários na Mira das Ditaduras, do historiador mineiro Luan Aiuá Vasconcelos Fernandes, da Universidade Federal de Minas Gerais e professor da USP, desenvolve um estudo comparativo entre a repressão a professores das ditaduras militares no Brasil, na Federal de Minas, a UFMG, e no Chile, na Universidad Técnica del Estado, a UTE. O autor recuperou a atuação das ditaduras brasileiras e chilenas no cotidiano das universidades e de seus professores, pesquisadores e alunos. E mostra um ponto em comum entre os dois países: as universidades foram alvos prioritários a reprimir e eram controladas com o objetivo de coibir a produção de pensamento crítico capaz de colocar em xeque os projetos autoritários. “O horror perseguia as ideias e criava um clima de terror que culminou no assassinato de professores considerados subversivos”, lembra o livro. (Ed. Alameda).

*Outro programa sugerido é ler 1,2,3,4! Contando o Tempo com os Paralamas do Sucesso, do músico João Barone, no qual ele relata 40 anos de estrada em companhia da célebre banda. Jorge Branco é doutorando em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o prefácio do volume é do jornalista, cineasta e produtor José Emilio Rondeau. A orelha é da jornalista Elisabete Pacheco. (Ed. Máquina de Livros).

*Saindo uma nova edição do livro Como Escrever para o Enem – Roteiro para uma Redação Nota 1.000, da jornalista Arlete Salvador. Atenção: essa edição foi revista e atualizada seguindo as novas diretrizes do Exame Nacional do Ensino Médio. A obra ensina como se sair bem em todas as competências exigidas pelo Enem para alcançar a sonhada redação Nota 1.000. E relembra: “Jovens que leem, viajam, visitam museus, exposições de arte e atividades culturais levam vantagem porque entram em contato direto com ferramentas que ampliam o conhecimento geral e a capacidade de reflexão” (Editora Contexto).

*O programa é refletir com calma no que está correndo pelas redes sociais, esta semana, e com justa razão: Kamala Harris, provavelmente, fará um governo conservador que pouco vai contribuir no combate à pobreza e à desigualdade econômica e social – do seu país e do mundo. Seu governo continuará a ser mais um “governo de americanos para americanos”. O que com certeza não diminui a importância da derrota de Donald Trump e da vitória da vice-presidente nas eleições estadunidenses.

*Acaba de ser festejado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Três mulheres negras fazem parte da valente população feminina de mulheres pretas brasileiras em destaque. Sueli Carneiro, filósofa, escritora, ativista antirracista e diretora do grupo Geledés – Instituto da Mulher Negra. Conceição Evaristo, mineira, linguista, autora do conhecido romance Ponciá Vicêncio com suas dezenas de edições. E a escritora paulista Djamila Ribeiro, Prêmio Jabuti de Ciências Humanas, pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo.

*Dois programas cinematográficos que prometem e são sugestões para esse fim de férias de meio de ano. O primeiro, filme Testamento, de 2023, dirigido pelo excelente diretor francês Denys Arcand, com a trajetória de um homem de 73 anos, residente em uma casa de idosos, que se vê irritadíssimo com jovens ativistas políticos invadindo a sua rotina. O segundo, também de 2023, O Mal Não Existe, de outro brilhante cineasta, o japonês Ryusuke Hamaguchi, vencedor do Oscar com Drive My Car, que costuma ressaltar que seu cinema não é japonês, mas universal. Pena que nenhum dos dois está nos catálogos de streaming, frequentado com entusiasmo pelas plateias de espectadores de mais idade. Em contrapartida, Dias Perfeitos, de Wim Wenders, continua firme em cartaz para ser visto em casa.

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