Somos os campeões de otimismo no mundo
O Brasil foi apontado pela pesquisa Ipsos, realizada em dezembro em 36 países, e divulgada esta semana na França, como «o país mais otimista do mundo». 85% dos brasileiros ouvidos concordaram com a afirmação: «2023 será um ano melhor que 2022». O otimismo domina corações e mentes. A esperança escancarou portas fechadas a cadeado.
O Brasil foi apontado pela pesquisa Ipsos, realizada em dezembro em 36 países, e divulgada esta semana na França, como «o país mais otimista do mundo». 85% dos brasileiros ouvidos concordaram com a afirmação: «2023 será um ano melhor que 2022». O otimismo domina corações e mentes. A esperança escancarou portas fechadas a cadeado.
Em matéria de otimismo, seguem o Reino Unido com 53%, a França com 44% e o Japão com 36%.
Os brasileiros têm motivos para ser otimistas e esperar um novo ano melhor?
Sim. Dezenas, centenas de motivos.
Nenhum de nossos governantes teve em seus ombros carga tão pesada, tão difícil, tão épica. Mas nenhum governante brasileiro teve ativistas tão «entusiasmados », no sentido etimológico, plenos de deus, dessa força ancestral que nos habita. Estamos plenos de todos os deuses africanos, dos deuses dos povos indígenas, do deus dos cristãos, do deus dos judeus e do deus dos muçulmanos. De todos os deuses do Olimpo. A palavra «entusiasmo» deriva-se do grego “enthousiasmos” que significa “ter um deus interior” ou “estar possuído por Deus”.
Estamos possuídos dessa energia interior que nos impulsiona para a frente, nos dá forças para a tarefa hercúlea de reconstrução do país.
Reconstruir o maior país da América Latina, devolver otimismo a uma população esmagada, faminta, morando nas ruas, se abrigando sob marquises das grandes cidades.
Reconstruir o Sistema Único de Saúde, a Educação, a Cultura, o Ministério do Trabalho, a Ciência, a Tecnologia, a Pesquisa. Dar um ministério aos povos originários, reconhecendo-lhes os direitos pisoteados pelas botas dos militares e pelos usurpadores de terras indígenas, pelos assassinos que agiam na impunidade.
O Brasil não tem motivos para ser o povo mais otimista do planeta?
Temos, agora, um maestro cheio de élan para reger a partitura que todos nós escreveremos. Todos nós ? Sim, os democratas, os que não renunciaram à luta, à denúncia dos abusos, os que se indignaram com todos os crimes, a começar pelos crimes contra o meio ambiente que hipotecam nosso futuro.
Este maestro inspirado, corajoso, determinado, sabe que não tem muitos anos para reconstruir o país tijolo por tijolo.
Este homem que queriam destruir, afastar definitivamente da política aparece como o depositário de todas as esperanças. É um fardo pesado demais para um homem de 77 anos. Por isso, ele se rodeou de pessoas determinadas com uma missão gigantesca: refazer uma casa a partir de escombros, como depois da passagem de um terremoto. Tudo será reconstruído sob seu comando ouvindo o clamor do que sofrem, têm fome e dormem ao relento.
Ser um homem providencial é um perigo quando ele age sozinho, como autocrata, quando crê em sua onipotência, quando não sabe dividir, delegar. Lula é a antítese de um autocrata.
O povo brasileiro representado pelos que foram escolhidos para subir a rampa é sua marca de governo. O novo presidente não governará sozinho. Nem está preocupado em bordar fios dourados em sua biografia já tão excepcional.
Governará, como afirmou, para todos os brasileiros. Sobretudo para os mais frágeis, os mais desamparados. Os que mais necessitam do Estado, que tem a missão de regular e controlar o apetite inesgotável do capitalismo selvagem que corrói Brasil.
A partir deste ano, trabalharemos pela união e pela reconstrução do país-continente que Lula vai governar com e para todos.
Por isso somos o país mais otimista do mundo.
Leneide Duarte-Plon é co-autora, com Clarisse Meireles, de « Um homem torturado, nos passos de frei Tito de Alencar » (Editora Civilização Brasileira, 2014). Em 2016, pela mesma editora, lançou « A tortura como arma de guerra-Da Argélia ao Brasil : Como os militares franceses exportaram os esquadrões da morte e o terrorismo de Estado ». Ambos foram finalistas do Prêmio Jabuti. O segundo foi também finalista do Prêmio Biblioteca Nacional.