Lula anuncia a construção do primeiro túnel submerso da América Latina
“ASSIM QUE SE GOVERNA“
O presidente Lula anunciou nesta sexta-feira o projeto do um túnel que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral sul de São Paulo. Com investimento de cerca de 1,2 bilhões de dólares, o túnel terá 21 metros de profundidade e 860 metros de comprimento, e sua construção será viabilizada por meio de uma Parceria Público-Privada. O empreendimento será o primeiro túnel submerso da américa Latina e é também a maior obra do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Atualmente, os motoristas que precisam fazer o trajeto entre Santos e Guarujá enfrentam filas de até cinco horas para atravessar de balsa. O projeto é um marco importante para a região e beneficiará cerca de cerca de cinco milhões de pessoas. A construção de uma conexão entre as cidades é discutida desde 1927.
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve presente na cerimônia que também celebrava os 132 anos do Porto de Santos. Em seu discurso, Lula ressaltou que apesar das diferenças ideológicas, tanto ele quanto Tarcísio estavam ali “com o compromisso de servir ao povo desse estado (de São Paulo) e ao povo brasileiro”, e frisou: “E é assim que a gente tem que governar esse país, um presidente da República não pode ter inimigo, não pode gostar de um estado e não gostar de outro, não pode gostar de uma cidade e não gostar de outra” (Prensa Latina).
EM DOSE ÚNICA
A Butantan-DV, vacina contra a dengue que o Instituto Butantan, em São Paulo, está desenvolvendo, mostrou uma eficácia de 79,6% em ensaios clínicos, de acordo com os resultados publicados. O estudo, que envolveu mais de 16 mil pessoas entre 2 e 59 anos, ainda está em andamento.
O imunizante é administrado em uma única dose, o que é considerado uma vantagem significativa, especialmente durante epidemias, já que protege a população em um curto período de tempo, ajudando a alcançar uma maior cobertura de vacinação, além de trazer benefícios logísticos e econômicos. A eficácia se mostrou maior (89,2%) em pacientes que já haviam sido expostos ao vírus da dengue.
O Butantan espera concluir a última fase da pesquisa ainda este ano, para que o antígeno seja submetido à aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sendo aprovada, a vacina poderá ser usada em uma campanha ainda em 2025 (Brazilian Report).
‘MOVER’ COM SUSTENTABILIDADE
A Volksvagen anunciou um plano de investimento de 9 bilhões de reais no Brasil, entre os anos de 2026 e 2028. O objetivo é eletrificar os automóveis fabricados no país, introduzindo uma nova plataforma híbrida e lançando novos modelos. O anúncio ocorre uma semana após a General Motors divulgar planos de investir 7 bilhões de reais no Brasil até 2028.
Essa onda de investimentos é, em parte, consequência direta das diretrizes para a aceleração da transição energética no país, divulgadas pelo governo federal em dezembro de 2023. Dentre elas, destaca-se a criação do programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que estabelece requisitos de sustentabilidade da frota e incentivos fiscais – de mais de 19 bilhões de reais – para empresas comprometidas a investir em descarbonização e no desenvolvimento de novas tecnologias.
Os investimentos prometidos pelas montadoras também são impulsionados pela acirrada concorrência do mercado. Marcas chinesas como Great Wall Motors (GWM) e a Build Your Dreams (BYD) estão um passo à frente, tendo anunciado planos para produzir modelos elétricos no país ainda em 2024.
O Brasil já tem usado o etanol para reduzir as emissões há pelo menos 40 anos. O biocombustível surgiu como uma alternativa de transição para a eletrificação. No atual cenário, ao invés de investir na fabricação de baterias para carros 100% elétricos, as empresas buscam desenvolver modelos híbridos, onde um motor elétrico trabalhará junto com um de combustão, mas flex – que pode ser abastecido com gasolina ou etanol. Neste sentido, a Toyota foi a pioneira no desenvolvimento de uma solução flex-híbrida, vendendo no Brasil modelos com esta opção desde 2020 (Daily Maverick).
FALANDO EM ENERGIA…
A Raizen, empresa especializada em açúcar e etanol, e a montadora chinesa BYD anunciaram nesta sexta-feira (2) a criação de uma rede de 600 estações de carregamento para veículos elétricos em oito cidades brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro e outras seis capitais.
O projeto visa atender à demanda por infraestrutura de carregamento em um mercado pequeno, mas em rápido crescimento. As estações serão construídas ao longo dos próximos três anos. “O Brasil está passando por uma transição (energética) que é diferente de outros países, porque já tem uma solução muito boa em carros híbridos, carros a etanol. Está chegando, vai acontecer”, destacou o CEO da Raizen Ricardo Mussa, em entrevista (Reuters).
E FALANDO EM COMBUSTÍVEIS…
O preço dos combustíveis e do gás de cozinha teveram alta de cerca de 12,5% nesta quinta-feira (1º), devido ao ajuste do ICMS, o imposto estadual sobre mercadorias e serviços. O aumento foi definido em outubro de 2023 pelo Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal) e é o primeiro ajuste do ICMS sobre combustíveis desde 2022, quando uma lei unificou o imposto em todo o país e estabeleceu o período mínimo de um ano até a primeira mudança de taxa. De agora em diante, as revisões podem ser feitas a cada seis meses.
Segundo o Comsefaz, o reajuste é uma maneira de compensar a inflação. A baixa receita dos estados também exigiu compensação do governo federal. Por outro lado, o valor menor do combustível contribuiu para que o índice de inflação do meio do mês – o IPCA-15 –, atingisse sua menor cifra para o mês de janeiro em cinco anos.
Os distribuidores de gás de cozinha criticaram o aumento definido pelo comitê, alegando que em 18 estados do país o botijão tem taxa de imposto superior a 18% do preço do produto (Brazilian Report).
FALTOU ENERGIA
O prefeito Ricardo Nunes, que concorre este ano à reeleição, pediu nesta quarta-feira (31) ao Tribunal de Contas da União uma revisão dos serviços prestados pela Enel, a multinacional italiana responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo. O pedido ocorre quase três meses depois que tempestades deixaram milhões de paulistanos sem eletricidade por vários dias.
A ação marca a primeira medida concreta do prefeito contra a Enel, após uma série de críticas públicas à empresa. Em novembro, Nunes afirmou que havia solicitado à Aneel, reguladora federal de energia, permissão para cancelar o contrato da cidade com a distribuidora, mas nenhuma ação foi tomada desde então.
A Enel ganhou uma licitação pública em 2018 para assumir a empresa de eletricidade estatal Eletropaulo, que à época já estava sob o controle da AES, uma empresa privada com sede nos Estados Unidos, que vendeu sua participação (Brazilian Report).
*Imagem em destaque: Lula em cerimônia de comemoração aos 132 anos do Porto de Santos. Foto: Ricardo Stuckert/PR