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Inflação em queda abre caminho para corte de juros em agosto, afirma BC

Inflação em queda abre caminho para corte de juros em agosto, afirma BC

Índice anual desacelerou ainda mais no início de junho, atingindo o nível mais baixo em quase três anos

O índice de preços ao consumidor IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou um aumento de apenas 0,04% na primeira metade de junho, confirmando a desaceleração da inflação em relação a maio, quando o índice foi de 0,51%. A taxa anualizada está em 3,4%, em linha com as expectativas do mercado, reporta o Brazilian Report.

Os custos com moradia tiveram o maior aumento no início do mês, impulsionados pelas contas de serviços públicos em algumas capitais estaduais, enquanto os planos de saúde também ficaram mais caros. Por outro lado, os custos de transporte diminuíram devido aos cortes nos preços dos combustíveis. Essa queda nos preços dos combustíveis pode persistir até julho, com a Petrobras anunciando novas reduções de preços nas refinarias.

A tendência de desaceleração na inflação abre a possibilidade de cortes nas taxas de juros em um futuro próximo, conforme sugerido pelas atas da última reunião do Banco Central. O comitê afirmou que vê a continuação do processo de desinflação em andamento, o que pode permitir a construção da confiança necessária para iniciar uma redução nas taxas de juros. De acordo com a Reuters, o BC confirmou, no início do dia, que a maioria de seu comitê de política monetária vê um corte de juros em agosto como possível se os índices continuarem em queda. O índice acumulado nos últimos 12 meses atingiu o nível mais baixo em quase três anos.

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Durante a visita de estado do presidente argentino Alberto Fernández ao Brasil nesta segunda-feira (26), e em comemoração aos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países, os mandatários firmaram um Plano de Ação que contempla quase uma centena de iniciativas dando continuidade aos compromissos de relançamento da aliança assumidos em 23 de janeiro.

O Plano de Ação, destaca a agência argentina Télam, aborda diversas áreas, como infraestrutura e transporte, com propostas para definir o futuro regime de gestão e manutenção de pontes, avançar na construção de novas pontes internacionais e atualizar estudos sobre reformas, e também busca fortalecer o comércio bilateral de gás, desenvolver estratégias para o setor energético, promover investimentos no setor mineral, melhorar a cooperação em economia circular e gestão de resíduos, além de abordar temas como comunicações, ciência, tecnologia, defesa, segurança, saúde e educação.

Fernández recebeu a maior honra da diplomacia brasileira, e afirmou que a Argentina pede ajuda econômica ao Brasil como uma forma de reafirmar a amizade entre os dois países; em resposta, Lula anunciou que está trabalhando em uma linha de financiamento para garantir o ritmo das exportações brasileiras para a Argentina, que têm sofrido atrasos devido à escassez de divisas no Banco Central argentino causada pela seca.

Os presidentes ratificaram a unidade e integração entre os dois países, destacando as culturas e histórias compartilhadas. O também argentino Página/12 reproduziu as palavras de Fernández a respeito: “Brasil e Argentina nasceram para estar indissoluvelmente unidos. Não há possibilidade de que algo diferente aconteça. Não falamos o mesmo idioma, mas temos culturas iguais, histórias que compartilhamos e nossos idiomas, além disso, estão cada vez mais parecidos. Estamos inventando o portunhol e isso funciona”.

Lula fez um panorama histórico das relações bilaterais e ressaltou a busca por financiamento para impulsionar o comércio com a Argentina, e trouxe de volta a ideia de criar uma moeda comercial regional, visando facilitar o comércio entre os dois países sem depender do dólar, além de destacar o progresso no financiamento das obras do gasoduto Néstor Kirchner, enfatizando a importância de não perder espaço no mercado argentino para outros países que oferecem crédito.

O presidente do Senado Rodrigo Pacheco também se encontrou com Alberto Fernández, e se comprometeu a promover uma iniciativa no Congresso para fortalecer o comércio bilateral, ressaltando que seria “pouco inteligente e egoísta” não fornecer ao governo Lula os instrumentos legais necessários para ajudar na recuperação do país vizinho. Segundo o jornal Ámbito, Pacheco e Fernández também discutiram o ataque às sedes dos poderes no Brasil em 8 de janeiro, considerado uma tentativa de golpe contra Lula, e o presidente argentino elogiou a resposta do Brasil, destacando o triunfo da razão sobre a loucura.

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De acordo com um estudo publicado pelo Instituto de Recursos Mundiais (WRI), a Terra perdeu uma área de floresta tropical virgem equivalente a um campo de futebol a cada 5 segundos em 2022. Mais da metade dessa destruição ocorreu no Brasil e na Bolívia. A área total queimada ou desmatada foi de mais de 41.000 quilômetros quadrados, o que equivale à superfície da Suíça ou dos Países Baixos. O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 15% em 2022 em relação ao ano anterior.

As informações são do El Diario, que ressalta que o aumento na destruição das florestas brasileiras coincide com o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), cujas políticas flexibilizaram os controles e enfraqueceram os órgãos ambientais. Mesmo em reservas indígenas onde é proibido por lei, o desmatamento da Amazônia brasileira aumentou quase 60% em comparação com o quadriênio anterior.

Com a volta de Lula ao poder, aponta o equatioriano El Mercurio, os especialistas do WRI esperam que a tendência de desmatamento na Amazônia possa ser revertida. Durante seus mandatos anteriores (2003-2010), Lula conseguiu reduzir drasticamente o desmatamento na região e agora prometeu acabar com a destruição da floresta até 2030. O compromisso de recuperação do bioma é uma das principais prioridades do presidente, que intensificou a fiscalização na região e está pressionando os países mais poluentes a cumprir seus compromissos de fornecer ajuda financeira para salvar a Amazônia.

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O relatório de 2023 do Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC) destaca um retrocesso no combate à corrupção na América Latina, segundo publicação do La Nación. O Uruguai lidera o ranking, enquanto a Venezuela está na última posição, e a Argentina e o Brasil ficam no meio da tabela. O estudo aponta que mesmo os países melhor avaliados, como o Uruguai e a Costa Rica, tiveram um desempenho inferior em relação aos anos anteriores. O ambiente anticorrupção na região está menos ativo devido a outras questões urgentes, como crime violento, recuperação econômica lenta pós-pandemia e retrocesso democrático.

O relatório destaca a erosão no combate à corrupção e ressalta que a luta contra esse problema foi relegada a segundo plano em muitos países. O México e a Guatemala também apresentaram quedas significativas nos subíndices da medição. O estudo não mede a quantidade de corrupção em cada país, mas avalia o clima e a capacidade de detectá-la, puni-la e preveni-la.

*Imagem em destaque: (Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

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