Em oito meses de governo, Lula visitou 20 países em cinco continentes
“Exemplo de diplomacia que envolve chefes de estados conduzindo pessoalmente a política externa”, presidente viaja na quinta (7) para a Índia, onde participará da Cúpula do G20 e assumirá a presidência rotativa do bloco
LULA E A POLÍTICA EXTERNA
“Lula é o exemplo perfeito da forma de diplomacia que envolve chefes de estados conduzindo pessoalmente a política externa”, escreve o Brazilian Report em artigo de opinião que trata do retorno do Brasil ao cenário internacional.
A publicação aponta que, apesar de ter assumido o cargo há apenas oito meses, o presidente já visitou 20 países em cinco continentes, e parte na próxima quinta-feira (7) para Nova Déli, capital da Índia, onde participará da Cúpula do G20, ocasião em que assumirá a presidência rotativa do bloco.
Historicamente, a política externa brasileira quase sempre foi conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, mas a partir dos anos 1990, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a diplomacia presidencial ganhou destaque. No entanto, Lula superou este paradigma, visitando 35 países em seu primeiro ano de mandato, em 2003, mais que o dobro de seu antecessor no último ano.
“Esta é a forma preferida de política externa de Lula: diplomacia presidencial, na qual o chefe de Estado é quem viaja pelo mundo e faz contatos pessoais”, escreve o autor, Nick Cleveland-Stout, complementando: “O que faltava a Lula em instrução formal, ele compensava com um aguçado instinto político e habilidade de fazer amigos no exterior”.
BRASIL-EMIRADOS ÁRABES
Notícia do El Observador, do Uruguai: os Emirados Árabes Unidos (EAU) e o Brasil estabeleceram uma parceria para compartilhar conhecimento e experiências nas áreas econômicas como parte de um Programa de Compartilhamento de Experiências Governamentais, conforme relatado pela Agência de Notícias dos Emirados no domingo. A nova parceria foi anunciada durante a visita de uma delegação oficial brasileira aos Emirados, liderada por Alexandre Cordeiro Macedo, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
MERCOSUL-UE
No uruguaio Ámbito, destaque para a retomada das negociações entre o Mercosul e a União Europeia. Em uma entrevista, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, anunciou que membros da UE virão a Brasília em 15 de setembro para dar continuidade às discussões.
O ministro reiterou a posição do Mercosul de que a “proteção ambiental” não deve ser usada como pretexto para impor “medidas protecionistas”, e enfatizou que os ministros das Relações Exteriores do Uruguai (Francisco Bustillo Bonasso), Argentina (Santiago Cafiero) e Paraguai (Rubén Ramírez Lezcano) compartilham da mesma posição. Apesar disso, Vieira expressou otimismo em relação às negociações e segue confiante de que o acordo seja firmado até o final do ano.
‘ERAHA TAPIRO‘
O governo brasileiro lançou a maior operação de combate a fazendas de gado ilegais na Amazônia, visando remover milhares de cabeças pertencentes a grileiros que ocupam territórios indígenas, informa o britânico The Guardian.
Batizada de “Operação Eraha Tapiro” – ou “Remoção de Bois” na língua dos indígenas Assurini –, a ação tem como objetivo principal restituir o controle estatal sobre o território indígena Ituna-Itatá, que enfrentou um dos piores casos de desmatamento e invasões durante o governo anterior, e mobilizou três helicópteros, uma dúzia de veículos e um contingente armado de policiais e guardas ambientais. Grupos criminosos tentaram sabotar a ação incendiando a rota, destruindo pontes e intimidando motoristas.
A retirada do gado é vista como uma forma de enfraquecer o poder econômico dos grileiros, reduzindo sua influência política na região. O desmatamento causado pela pecuária é um problema crônico na região, e a aplicação das multas ambientais tem sido inconsistente, com muitos grileiros não enfrentando punições quando ignoram essas penalidades.
LESA PÁTRIA 16
Também no Brazilian Report, a informação sobre a 16ª fase da operação Lesa Pátria, que executou 53 mandados de busca e apreensão em sete estados brasileiros, com o objetivo de identificar os financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando milhares de apoiadores do ex-presidente inelegível invadiram e saquearam os prédios dos três poderes em Brasília.
A Polícia Federal não revelou os nomes dos alvos da operação, mas informou em comunicado que os bens dos investigados foram congelados por ordem judicial. Autoridades estimam que os tumultos causaram um prejuízo de 48 milhões de reais ao patrimônio público.
A operação ocorre dois dias antes das celebrações do Dia da Independência, data em que, nos anos anteriores, o ex-presidente e seus apoiadores usavam como plataforma para discursos golpistas.
+ ESCÂNDALO DAS JOIAS
O Ministério Público brasileiro apresentou pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que Jair Bolsonaro devolva todos os presentes recebidos durante seu mandato. A solicitação surge após o ex-presidente, sua esposa e mais seis pessoas de seu círculo íntimo terem sido convocados para depor por suposta “apropriação indevida de joias”.
Como prova, o pedido do MP inclui recortes de jornais que mostram o ex-presidente recebendo diversos presentes, como relógios, esculturas banhadas a ouro, um capacete de samurai, uma pintura do Templo de Salomão em Israel e uma maquete de mármore do Taj Mahal, entre outros itens. O promotor Lucas Rocha Furtado argumentou que tais presentes devem ser considerados parte do patrimônio público, já que foram recebidos durante o mandato de Bolsonaro, entre 2019 e 2022. As informações são do argentino Infobae.