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Com Lula e retorno do Bolsa Família, insegurança alimentar cai 85% em 2023

Com Lula e retorno do Bolsa Família, insegurança alimentar cai 85% em 2023

CAI A INSEGURANÇA ALIMENTAR GRAVE

A insegurança alimentar severa no Brasil caiu 85%, de 8% da população em 2022 para 1,2% em 2023, segundo estimativas divulgadas pelo governo federal. O progresso foi alcançado graças ao programa Bolsa Família, que recebeu um orçamento recorde de R$ 168 bilhões em 2023. Sob a administração do governo Lula, as famílias beneficiárias receberam, em média, 670 reais por mês.

O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que esses números fazem parte do mais recente relatório do Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI) publicado por agências da ONU. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) confirmou a redução da insegurança alimentar, baseada em estimativas anuais compartilhadas com o governo brasileiro.

A insegurança alimentar severa é definida como o nível “em que as pessoas provavelmente ficaram sem comida, sentiram fome e, no caso mais extremo, passaram dias sem comer” (Brazilian Report).

Na manhã desta quarta-feira (24), durante a reunião ministerial que marcou a aprovação da proposta da Aliança Global contra a Fome e Pobreza, realizada no Rio de Janeiro no âmbito do G20, o presidente Lula não se emocionou ao abordar a questão da fome no mundo. “A fome não é uma coisa natural. A fome é uma coisa que exige decisão política. Nós, governantes, não podemos olhar o tempo inteiro só para quem está próximo de nós. É preciso que a gente consiga fazer uma radiografia e olhar aqueles que estão distantes. Aqueles que não conseguem chegar perto dos palácios, aqueles que não conseguem chegar perto de ministros, aqueles que não conseguem chegar perto de uma escola, que são vítimas de preconceito todo santo dia”, disse, emocionado.

ELEIÇÕES NA VENEZUELA

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro decidiu na quarta-feira (24) que não enviará observadores para as eleições presidenciais na Venezuela. A decisão veio após o presidente Nicolás Maduro questionar a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Em um comunicado, o TSE afirmou que, diante das “declarações falsas” sobre as urnas eletrônicas brasileiras, que são auditáveis e seguras, decidiu não enviar técnicos para a Venezuela, considerando “inadmissível” a desqualificação das eleições e das urnas eletrônicas do Brasil.

A decisão foi uma resposta às acusações de Maduro, que, em um discurso na terça-feira (23), afirmou que os sistemas eleitorais do Brasil, dos Estados Unidos e da Colômbia não são auditáveis, enquanto o sistema venezuelano seria “o melhor do mundo”. As declarações do presidente venezuelano, comparadas às críticas de Jair Bolsonaro e seus seguidores às urnas eletrônicas brasileiras, causaram desconforto em Brasília.

Maduro disse ainda que respeitará o resultado das eleições, mas recomendou ao presidente brasileiro que tome “um chá de camomila”, em resposta a Lula, que expressou preocupação com um possível “banho de sangue” caso Maduro não seja o vencedor do pleito que ocorre próximo dia 28 de julho (domingo).

Nesta quinta-feira (25), o presidente chileno Gabriel Boric manifestou apoio a Lula e criticou as ameaças de Maduro, afirmando que “não se pode ameaçar com banhos de sangue”. Boric destacou que mandatários e candidatos devem receber “banhos de votos”, representando a soberania popular.

O ex-presidente argentino Alberto Fernández também pediu respeito ao processo democrático na Venezuela e afirmou que Maduro deve aceitar o resultado se perder as eleições. Em resposta, o governo venezuelano revogou o convite de Fernández para ser observador internacional, alegando que suas declarações poderiam desestabilizar o processo eleitoral.

Boric, Lula e Fernández pedem um processo eleitoral justo e respeito aos resultados, essenciais para o bem-estar da Venezuela e da América Latina. Desde que assumiu a presidência do Chile, em março de 2022, Boric tem sido uma das vozes mais críticas a Maduro na região, diferindo de outros líderes progressistas, como Lula e o colombiano Gustavo Petro.

A poucos dias das eleições presidenciais, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela manteve convites para sete delegações internacionais, incluindo a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a Comunidade do Caribe (Caricom) e o Observatório do Pensamento Estratégico para a Integração Regional (OPEIR). A Celac foi a única organização que confirmou o envio de especialistas para supervisionar as eleições. A ONU e o Centro Carter também confirmaram presença no processo eleitoral, mas com alcance limitado. O ex-presidente dominicano Leonel Fernández participará como observador, junto com os ex-presidentes Ernesto Samper (Colômbia), Martín Torrijos (Panamá) e José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha).

Na última semana, o ex-ministro das Relações Exteriores e atual Chefe da Assessoria Especial do governo Lula, Celso Amorim, esteve em Washington conversando com o conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, sobre as eleições na Venezuela. Amorim, que tem acesso direto a Maduro e à oposição, também está envolvido na reconstrução das relações entre Brasil e Venezuela, após o fechamento da embaixada e consulados durante o governo Bolsonaro.

O Brasil defende o cumprimento do acordo de Barbados, no qual representantes de Maduro e da oposição se comprometeram com eleições transparentes, justas, livres e universalmente aceitas. Um diplomata brasileiro ouvido pelo argentino La Nación afirmou que a Venezuela só tem a ganhar com o fim das sanções que sofre de vários países e entidades internacionais, já que possui uma reserva de petróleo três vezes maior que a da Arábia Saudita, mas não pode aproveitá-la.

O Brasil tem grande interesse em que a América do Sul seja um continente de países democráticos e cooperativos. Contudo, segundo esse diplomata, se a oposição vencer, o prazo de transição até 10 de janeiro do próximo ano é considerado longo demais. Maduro escolheu o dia 28 de julho para as eleições, porque é o aniversário de Hugo Chávez (El Mercúrio, El Tiempo, La Nación).

RELAÇÕES INTERNACIONAIS: COLÔMBIA

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Colômbia se reunirão para discutir questões sociais, econômicas, comerciais, ambientais e culturais, além de temas relacionados à integração regional, conforme comunicado oficial. As discussões incluirão preparativos para a Conferência sobre Biodiversidade de 2024 (COP 16), que ocorrerá em Cali, Colômbia, de 21 de outubro a 1º de novembro, e a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP30), prevista para novembro de 2025 em Belém do Pará, Brasil.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial da Colômbia, com exportações brasileiras totalizando 3,8 bilhões de dólares em 2023 e importações colombianas somando 2,3 bilhões de dólares. Em abril de 2024, as relações bilaterais foram elevadas a uma parceria estratégica durante a visita do presidente Lula a Bogotá (Prensa Latina).

ATAQUES CIBERNÉTICOS

O governo brasileiro pediu nesta quarta-feira (24) à Polícia Federal (PF) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que investiguem um recente ataque cibernético que comprometeu a segurança de vários ministérios e entidades governamentais. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos comunicou um “incidente de segurança cibernética” ocorrido na terça-feira (23), que impactou o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e o Processo Eletrônico Nacional.

O SEI é crucial para a gestão de processos administrativos em nove ministérios e outras instituições, como a Casa da Moeda e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Até agora, não foram relatadas perdas de dados sensíveis e os serviços ao cidadão continuam normais. Ataques cibernéticos contra sistemas governamentais brasileiros dobraram nos primeiros seis meses do ano, com mais de 4,7 mil casos registrados (NODAL).

*Imagem em destaque: Arquivo/Agência Brasil

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