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Brasil reforça o princípio de ‘uma só China’ e firma acordo para estender a duração de vistos entre os países

Brasil reforça o princípio de ‘uma só China’ e firma acordo para estender a duração de vistos entre os países

NEGÓCIO DA CHINA

Brasil e China firmaram nesta sexta-feira (19) um acordo para que a validade de seus vistos de turismo e negócio seja estendida de cinco para dez anos. A assinatura ocorreu no Palácio do Itamaraty, em Brasília, durante a visita oficial de Wang Yi, ministro de Negócios Estrangeiros chinês.

“A iniciativa facilitará viagens, incentivará a promoção de contatos diretos entre nossas comunidades empresariais e impulsionará o turismo entre nossos dois países”, disse o ministro as Relações Exteriores Mauro Vieira.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, e neste ano as nações comemoram os 50 anos do estabelecimento de suas relações diplomáticas. O comércio entre os países atingiu o recorde de 157,5 bilhões de dólares no ano passado, com exportações brasileiras no valor de 104,3 bilhões de dólares e importações de 53,2 bilhões de dólares.

Durante a reunião, os chanceleres também trataram de temas da agenda internacional, como a guerra na Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza, e como Brasil e China podem contribuir para a solução desses problemas, e ainda trocaram opiniões sobre as reuniões e temas a serem discutidos este ano no âmbito do G20, atualmente presidido pelo Brasil.

Após a reunião, Vieira reafirmou o apoio do Brasil à China unificada. “Recordamos o apoio histórico, consistente e inequívoco do Brasil ao princípio de uma só China, conforme registrado na declaração conjunta adotada pelos presidentes Lula e Xi Jinping na visita presidencial à China, de 14 de abril de 2023”, lembrou o ministro, frisando a posição do governo brasileiro poucos dias após a eleição presidencial em Taiwan, vencida por um candidato que defende a independência da ilha.

Pequim afirma com frequência que Taiwan faz parte do território do gigante asiático e menciona documentos jurídicos internacionais que sustentam este status legal da ilha. Em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, o médico taiwanês Lai Ching-te ressaltou sua determinação em “proteger Taiwan das ameaças e intimidação da China” (Infobae e Prensa Latina).

YES, NÓS TEMOS CAFÉ

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a atual safra café do Brasil deve atingir 58,08 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 5,5% em relação à última safra. A recuperação acontecesse após adversidades climáticas em 2021 e 2023, como déficit hídrico e geadas durante o ciclo agrícola do país.

Devido ao panorama favorável, esta será a terceira maior colheita de café no país. Ainda segundo a Conab, a produção de café arábica deverá totalizar 40,75 milhões de sacas este ano, um aumento de 4,7% em relação a 2023, enquanto a produção de robusta deverá aumentar 7,2%, para 17,33 milhões de sacas.

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, seguido por Vietnã e Colômbia, cujas safras de 2023 foram estimadas em 27,3 milhões e 11,3 milhões de sacas, respectivamente (Nasdaq, via Reuters, e Brazilian Report).

É FALSO

A Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou a falsificação nos registros de vacinação contra a covid-19 de Jair Bolsonaro (o que pode ter permitido que ele e seus assessores escapassem das restrições de viagens impostas pelos EUA, em dezembro de 2022).

Em maio de 2023, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente em Brasília, além de prender seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e outras seis pessoas – entre elas, três de seus assessores mais próximos. Cid permaneceu detido por seis meses.

Embora a CGU tenha confirmado que o ex-presidente não recebeu a vacina de dose única da Janssen em 2021, como indicado em seu cartão de vacinação, não foi possível identificar os autores da fraude (Brazilian Report).

BRUNO E DOM, PRESENTE!

O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino informou nesta quinta-feira (18) que a Polícia Federal (PF) prendeu mais um envolvido nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, que sofreram uma emboscada e foram mortos a tiros no Vale do Javari, na Floresta Amazônica, em 5 de junho de 2022, quando retornavam de uma viagem de reportagem.

O último suspeito era considerado o braço direito do suposto mentor do crime, Ruben Dario da Silva Villar, e sua prisão teria sido ordenada depois que a polícia encontrou indicações de que ele estava intimidando testemunhas e tentando interferir nas investigações (The Guardian).

PRA INGLÊS VER

Parlamentares britânicos e estadunidenses enviaram uma carta à Comissão de Valores Mobiliários (Securities and Exchange Commission – SEC) dos EUA para tentar barrar o ingresso da JBS, maior empresa de processamento de carne do mundo, na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

A negociação na maior bolsa do mundo possibilitaria à empresa obter mais capital, além de reforçar sua credibilidade. No entanto, os parlamentares, em conjunto com organizações de defesa do meio ambiente, argumentam que isso poderia permitir que a empresa, envolvida em desmatamento na Floresta Amazônica, causasse ainda mais danos ambientais. “Dezenas de relatórios jornalísticos e de ONGs mostraram que a JBS está vinculada a mais destruição de florestas e outros ecossistemas do que qualquer outra empresa no Brasil”, aponta um trecho da carta.

A controvérsia sobre a possível inclusão da JBS na Bolsa de Nova Iorque destaca a ligação entre dinheiro e fatores que contribuem para as mudanças climáticas, como o desmatamento, além de “levantar questões sobre como avaliar as alegações de que uma empresa está comprometida em melhorar seu histórico ambiental” (Business Insider, via AP).

AUXÍLIO AOS PEQUENOS PRODUTORES

A Fundação Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD), da Organização das Nações Unidas (ONU), e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) uniram esforços com o objetivo de aumentar a renda de pequenos agricultores e melhorar a segurança alimentar e nutricional nas bacias dos rios Piauí-Canindé, alcançando 210 mil pessoas em situação de vulnerabilidade nas áreas rurais do Piauí, uma das regiões mais carentes do Brasil.

O Projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI), lançado recentemente em parceria com o governo estadual, ainda pretende melhorar o acesso dessa população a serviços básicos como água e saneamento, além de auxiliar as comunidades rurais na adaptação para as mudanças climáticas. A IFAD está fornecendo um empréstimo de US$ 18 milhões; o BID, um empréstimo de US$ 100 milhões; e o estado de Piauí está contribuindo com US$ 29,5 milhões para o custo total do projeto (US$ 147,5 milhões).

De acordo com o governador do Piauí, Rafael Fonteles, o projeto “ampliará uma intervenção anterior bem-sucedida que impactou positivamente o bem-estar de milhares de famílias na região semiárida do estado. O investimento melhorará a situação das famílias mais vulneráveis em áreas rurais remotas que registram o menor índice de desenvolvimento humano, com foco especial nas mulheres e nas comunidades tradicionais” (reliefWeb).

*Imagem em destaque: Brasília (DF), 19/01/2024 – O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após cerimônia de assinatura de atos e declaração à imprensa, no Palácio Itamaraty. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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