PROGRAMAS, 11 DE MAIO. Autobiografia de Rita Lee; Feira do MST; Dia das Mães. E muito mais…
* RIP Rita Lee, mulher excepcional, cantora e compositora que documentou com força e alegria os primórdios do advento da emancipação feminina. Feminista por emoção e por natureza, Rita era uma mulher livre. O seu segundo livro de memórias, Outra Autobiografia, será lançado no próximo dia 22. Data escolhida por ela, dia de Santa Rita de…
* Sugestão oportuna para o 13 de maio: ler Filhos de Cã, Filhos do Cão – Trabalhador escravizado na historiografia brasileira, de Mario Mestri, professor no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Trata-se de um ‘’ensaio de interpretação marxista’’ como informa o subtítulo do livro do autor que se divide trabalhando em Gênova, na Itália e em Porto Alegre. (Ed. FCM ).
* Outra sugestão de leitura: Pós-Abolição e Quotidiano, do jovem historiador Kleber Amancio. ‘’Para onde foram e como sobreviveram os libertos do 13 de maio, os ex-libertos e seus familiares na São Paulo do pós-abolição’’? Esta é a pergunta que o autor procura responder sobre a cidade ‘’branqueada das indústrias, dos imigrantes e mesmo do movimento operário’’. Esse trabalho pertence a uma nova tendência historiográfica teórica e de pesquisas documentais sobre a pós-abolição entendida como ‘’período iniciado com a solução conservadora da escravidão e cuja superação a sociedade brasileira não alcançará antes de atingir níveis sociais de integração mais justos para os afros descendentes’’.
* Nas principais prateleiras das livrarias da Zona Sul do Rio, neste fim de semana, o volume A minha mãe é a minha filha, de Valter Hugo Mãe, tratando de um assunto recorrente entre jovens e idosos: o delicado momento em que os filhos se tornam pais. ‘’Quem cuida de nós faz o que pode para nos salvar de dormir ao relento. Eu não consigo esquecer que alguém lutou sempre para me salvar. Por isso, quero salvações para retribuir’’, escreve o festejado autor português.
* Fim de semana movimentado. A 4ª. Feira Regional da Reforma Agrária do MST comemora hoje 40 anos de luta no Parque da Água Branca, SP. Até domingo, dia 14, das 8 às 20 horas, com a formidável exposição de trabalhos de 200 artistas, shows, debates, e contando com 500 toneladas de alimentos industrializados e in natura produzidos por mais de 1 200 feirantes vindos de 24 estados. Presidente Lula está pré-agendado para participar no sábado.
* Programa de festa: O grupo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé comemora no dia 12, 6a feira com muito chope, conversas e debates, seus 13 anos de existência. No terraço da nova sede, Rua Araújo, metrô República, das 17 às 20 horas.
* Tem tudo a ver com best seller, o livro Operação Impeachment, de Fernando Limongi, da Editora Todavia. “Impeachments são e devem ser processos excepcionais”, diz o autor. ‘’E suas conseqüências para o sistema político são incomensuráveis’’. Limongi é professor de Ciência Política da USP e da Fundação Getúlio Vargas, e nesse livro recém lançado faz a análise do processo que levou Dilma Rousseff à queda. Seu argumento central: presidentes não são criaturas frágeis, expostas ao risco de cair por qualquer motivo.
* Atenção para o que disse o Ministro Flavio Dino, campeão em audiência nas redes sociais, esta semana: “A regulação das plataformas está sendo feita por vários caminhos. É uma exigência que está na Constituição’’. E redargüindo com bom humor ao militar, instrutor, consultor e palestrante Marcos Ribeiro do Val, no Senado, que o interpelava agressivamente: ‘’Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece? Capitão América, Homem-Aranha?”…
* Dia 12, grande estréia da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, no Theatro Municipal de São Paulo, com o regente Roberto Minczuk. A montagem é do líder indígena Aílton Krenak em uma leitura engajada e ‘’decolonial’’, como ele diz (parafraseando Frantz Fanon). Peça dirigida por Cybele Forjaz. O espetáculo, muito especial, tem a participação da Orquestra e do Coro Guarani do Jaraguá. “A música dos guaranis é circular e serpenteia ao longo da encenação’’, observa Krenak.
* O cinema de Nelson Pereira dos Santos, imortal da Academia Brasileira de Letras e precursor do Cinema Novo está de volta ao Festival de Cannes (dia 16 a 27 deste mês). O diretor retorna à Croisette como personagem do documentário Nelson Pereira dos Santos: Vida de Cinema, de Aida Marques e Ivelise Ferreira, na Mostra Cannes Classics. No filme, o legado do cineasta que disputou a Palma de Ouro em três ocasiões. Com Vidas Secas, Azyllo Muito Louco e O Amuleto de Ogum.
* Fim de semana com mais homenagens às mães. A sugestão é o livro da filósofa Djamila Ribeiro, Cartas para minha avó, (lançamento de 2021 e convidada pela Flip de 2022 onde fez grande sucesso), um relato memorialístico pungente sobre ancestralidade, feminismo e criação de filhos. Ela revisita sua infância e adolescência para discutir a origem negra com as cartas à avó Antônia, conhecedora de ervas curativas e benzedeira requisitada. E rememora episódios difíceis que viveu como as agressões que sofreu na condição de mulher negra no Brasil e os desafios para sua integração à vida acadêmica. ‘’A memória das lutas e das conquistas das pessoas negras que vieram antes de nós é a força que nos permite seguir adiante’’, acentua Djamila.
* Cinemateca do Rio de Janeiro no Museu de Arte Moderna com duas atividades importantes: a programação de vasta retrospectiva de filmes de Eduardo Coutinho que se inicia em junho e vai até o fim do ano, e a sessão de amanhã, sábado, dia 13, de comemoração dos 90 anos de Ganga Bruta, de Humberto Mauro, às 18h30m, um ‘’filme farol’’ e emblemático do cinema brasileiro. Imperdível.
* Nos dias 9 e 13 deste mês, o Instituto Moreira Salles/São Paulo exibe o filme incônicoEdifício Master realizado por Eduardo Coutinho em 2002. Entre os personagens inesquecíveis e entrevistados, alguns dos moradores de um prédio do Posto Dois, em Copacabana. Um casal de meia-idade, um ator aposentado, um ex-jogador de futebol e um porteiro atormentado por uma dúvida.
* No doc Peões, de 2004, com sessões amanhã, sábado dia 13 e 16 de maio, Coutinho conversa com metalúrgicos do ABC paulista do movimento grevista de 1979/ 1980. Eles falam das suas origens, da ação e dos caminhos que suas vidas percorreram desde então.
Os outros dois docs do cineasta programados pelo IMS até o fim de maio são O fim e o princípio eJogo de cena.
* Programa para o próximo dia 16: às 20 horas o Sesc Santana exibe o documentário Manguebit com a história do movimento musical originado em Pernambuco em meados dos anos 90 com os grupos de Chico Science, Nação Zumbi e Mundo Livre SA. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados com uma hora de antecedência. No teatro do Sesc do Jardim São Paulo.
* Política internacional comparada – O Brasil e a Índia nas novas relações Sul-Sul é o título do volume organizado pelo professor de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco Marcos Costa Lima com um tema mais do que oportuno: o estímulo, no campo da política internacional comparada, ao envolvimento dos chamados países intermediários na inserção internacional, o seu posicionamento em negociações comerciais e a sua segurança internacional etc. (Ed. Alameda)
* O curso Dialéticas, promovido pelo IEL – Instituto de Estudos Libertários – em parceria com o Núcleo de Estudos Território e Resistência na Globalização ( da UFF) anuncia as próximas aulas: Dialética em Marx, dia 03 de junho e Dialética em Proudhon, dia 01 de julho. A aula Dialétca em Hegel, ministrada pelo professor André Villar Gomez, Doutor em Serviço Social pela UFRJ, está no link HTTPS://BhQQRpYbFE0
* Sobre o seu desejado epitáfio, escreveu Rita Lee no seu livro Profecia, uma autobiografia: ‘‘Epitáfio: ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa’’. Rita também escreveu: ’’Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los ”…
* RIP Rita Lee, mulher excepcional, cantora e compositora que documentou com força e alegria os primórdios do advento da emancipação feminina. Feminista por emoção e por natureza, Rita era uma mulher livre. O seu segundo livro de memórias, Outra Autobiografia, será lançado no próximo dia 22. Data escolhida por ela, dia de Santa Rita de Cássia.
(L.M.A.R.) As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.