Programas a partir de 28 de abril/maio
Chico Buarque; programão: o MASP, Museu de Arte de São Paulo apresenta até 06 de agosto uma importante mostra, Paul Gauguin: o outro e eu; novo livro de B. Kucinski – e muito mais…
* A grande frase dos últimos dias, alegrando nossos programas de fim de semana, é de Chico Buarque ao receber o diploma do Prêmio Camões de Literatura de 2019, em Sintra. No seu amável discurso, o maior poeta popular brasileiro fez o agradecimento: “Conforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu prêmio Camões, deixando espaço para a assinatura do nosso presidente Lula”.
* E Chico sublinhou: ‘’ Mas por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu receba prêmios literários, faço gosto em ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como o gajo que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim.’’
* Enfim, um festival da vigorosa e bela produção de 14 filmes longas e de quatro curtas premiados no exterior e realizados no Nordeste, inéditos entre nós e de autoria dos bravos diretores, fotógrafos, roteiristas, montadores e trabalhadores do cinema brasileiro. A mostra está rolando no Estação NET Botafogo, no Rio de Janeiro, e irá até o dia 3 de maio. É imperdível.
* A produção e curadoria desse festival é de Cavi Borges e reúne jóias como Sobradinho e A Vida Em Meus Punhos, dois títulos baianos ‘’autoralíssimos’’, como escreve o crítico Rodrigo Fonseca. Assinados por Marilia Hughes e Claudio Marques. Pernambuco, Ceará, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte estão presentes com filmes de Carlos Segundo, Daniel Bandeira e seus colegas, astros e estrelas do novo cinema do Nordeste.
* Tempo de lançamentos literários e de leituras de outono. Por exemplo, o volume O Mercador de Livros, de Roberto R. Martins, que concorre ao Premio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa 2023 na companhia de dezenas de contos, crônicas e dramaturgia escritos em português e publicados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Reino Unido, Itália, Moçambique, Portugal e Estados Unidos.
* Sobre o seu livro, escreve Martins: ‘’É uma grande aventura em homenagem à cultura árabe e rememora o fluxo de imigrantes sírio-libaneses então conhecidos como ‘turcos’; aqueles que trouxeram ‘das arábias’ muito da rica cultura ambientada na zona cacaueira do Sul da Bahia, fim do ciclo do jacarandá, por volta dos anos 70.
* ‘’O foco de O fascismo da cor – Uma radiografia do racismo nacional ilumina o racismo brasileiro pós-abolicionista que Muniz Sodré faz coincidir com a emergência do fascismo europeu e com a vigência de uma forma social escravista nativa na qual status e brancura tomam o lugar das antigas formas de segregação’’: é assim que a editora Vozes apresenta esse seu lançamento, e acrescenta: “A aparente universalização do racismo não deixa evidente que são diversos os seus modos de incidência nas diferentes regiões do mundo‘’. Trata-se de leitura necessária.
* Outra leitura sugerida é Ciclos da vida e da dívida, de Fernando Nogueira da Costa, que traz o tema do envelhecimento das nossas sociedades implicando em uma demanda social por despesas públicas que aumenta rapidamente.
* Em pré venda, o livro de Bernardo Kucinski, O congresso dos desaparecidos será enviado aos que o encomendaram on line a partir do dia 3 de maio. Autor do clássico K. – Relato de uma Busca, Kucinski tem lançado novos trabalhos de dois em dois anos com o tema do “buraco negro” da memória nacional da ditadura civil-militar de 1964-1985. Os personagens do romance são vítimas do desaparecimento como prática de terrorismo de Estado, uma prática utilizada com frequência nas ditaduras latino-americanas do século XX durante as quais os donos do poder praticam o desaparecimento daqueles considerados indesejados. ( Ed. Alameda)
* Duas novelas do escritor palestino Ghassan Kanafani entraram no catálogo da editora Tabla: Homens ao sol e Umm Saad. Kanafani, assassinado em 1972 pelo serviço secreto israelense, é pioneiro da literatura de resistência palestina e esses dois livros foram traduzidos diretamente do árabe. O primeiro volume foi escrito por Kanafani há 60 anos.
* Dia 4 maio será inaugurada a placa da Alameda Aldir Blanc, às margens do Rio Maracanã, no bairro da Muda da Tijuca, onde os amigos e fãs do artista vão homenageá-lo três anos após o seu falecimento. Moacyr Luz e o compositor e cantor Moyseis Marques farão a apresentação da escultura do busto de Aldir, um dos mais ilustres moradores da Tijuca, de autoria de Mello Menezes e texto de Luis Pimentel.
*De Aldir Blanc, poeta e cronista das calçadas tijucanas:
“Eu gosto quando alvorece, porque parece que está anoitecendo / E gosto quando anoitece, que só vendo, porque penso que alvorece”.
* Original de 1963, Lisbela e o prisioneiro, de Osman Lins, inspirou o filme homônimo de Guel Arraes, em 2003. Agora, o volume retorna às livrarias em nova edição da Planeta do Brasil que comemora 20 anos de trabalho. Lisbela e o prisioneiro, sucesso retumbante na época, foi a primeira obra encenada do autor. Uma comédia romântica acompanhando a história de amor de Lisbela, filha do Tenente Guedes, delegado da Cadeia de Santo Antão, e do equilibrista Leléu, um Don Juan nordestino.
* A Cinemateca Brasileira e o Instituto Goethe, de São Paulo, estão com a mostra Cinema Alemão com 13 longas metragens e seis curtas intitulada Novas Direções.
* A Mostra Internacional de Cinema em SP abre inscrições para a sua 47ª. edição que será realizada nas salas de cinema da cidade entre 19 de outubro e 01 de novembro. O regulamento para inscrições está no site.
* Programão: o MASP, Museu de Arte de São Paulo apresenta até 06 de agosto uma importante mostra, Paul Gauguin: o outro e eu. São 40 obras, pinturas e gravuras que provocam a crítica à relação do artista com a idéia de alteridade e de um “outro exótico’’. Atenção: o catálogo da mostra contém ensaios inéditos, 151 imagens, e focaliza questões que foram deixadas de lado durante algum tempo em exposições anteriores sobre Gauguin, como registra a curadoria da exposição.
* ’’Apesar de muitas vezes serem interpretadas como reproduções fiéis da Polinésia Francesa, essas obras carregam em si as fantasias do homem branco europeu de uma região considerada paradisíaca e intocada pela civilização européia,” analisam Fernando Oliva e Laura Cosendey, curadores de Paul Gauguin: o outro e eu.
* Um dos livros de Annie Ernaux, Nobel de Literatura de 2022 e autora das mais lidas atualmente, está entre os mais procurados do período. Paixão Simples (de 1992) é a história de uma forte e especial relação entre a autora, divorciada e mãe de dois filhos adolescentes e um homem casado.
* O filme brasileiro Levante foi selecionado para a Semana da Crítica do próximo Festival de Cannes. É uma coprodução Brasil-Uruguai e primeiro longa-metragem de Lillah Halla, diretora que estudou em Cuba e já exibiu o seu curta-metragem, Menarca, em Cannes, dois anos atrás.
(L.M.A.R.) As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.