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“Lula e Petro mostram a Milei limites da ideologia e da polarização”

“Lula e Petro mostram a Milei limites da ideologia e da polarização”

O título do argentino La Nación de domingo é criativo: “Lula e Petro mostram a Milei os limites da ideologia e da polarização”. “Os presidentes do Brasil e na Colômbia são sinais de alarme para o líder libertário, que está no cargo há apenas cinco meses”. A extensa reportagem comenta as relações entre os três mandatários. Os presidentes sul-americanos que mais se dão bem se propõem como mensageiros da mudança e pioneiros de novas eras, na Colômbia ou na Argentina. Ambos se apresentam como messias de grupos esquecidos. Um afirma ser o porta-estandarte dos colombianos deslocados, mestiços, indígenas e pobres. O outro se anuncia como o grande embaixador dos defensores da liberdade e da iniciativa privada na Argentina e no resto do mundo. Com Lula, Milei já não discute tanto. A ideologia é tão feroz em um quanto no outro, e isso os torna inimigos, mas a relação com o Brasil é estratégica demais para que seus presidentes troquem insultos e instabilidade e se deixem levar pela rivalidade política. Assim como Petro, Lula tem muito a esperar do presidente argentino. O presidente brasileiro está no cargo há 16 meses e o presidente colombiano há 21. Ambos estão passando ou estão começando a passar por momentos turbulentos, com muitos desafios econômicos e políticos e apoio cada vez menor.

TRAGÉDIA EM MARIANA

O Guardian traz reportagem sobre proposta de indenização do desastre ambiental em Mariana (MG) ocorrido em 2015. A empresa de mineração australiana BHP deve fechar um acordo de US$ 25,7 bilhões (R$ 127 bilhões) sobre o desastre da Samarco, sua empresa controlada, em 2015, quando o colapso de uma barragem deixou pelo menos 19 pessoas mortas, 700 desabrigadas e espalhou níveis sem precedentes de poluentes pelos rios e pela paisagem do Brasil. A BHP ofereceu o acordo às autoridades brasileiras em parceria com a mineradora Vale, parceira da Samarco.  O rompimento da barragem do Fundão, de propriedade da Samarco, em 5 de novembro de 2015, liberou uma enxurrada de resíduos de mineração perto de Mariana. As negociações para um acordo foram retomadas na semana passada entre as mineradoras, governos federal, de Minas e do Espírito Santo e instituições de Justiça. O processo é mediado pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Belo Horizonte. ** A Samarco é uma empresa de capital fechado que atua no segmento de mineração, uma joint venture de propriedade da Vale e BHP com sede em Belo Horizonte.

PORTUGAL E A ESCRAVIDÃO

O governo de Portugal afirmou que se recusa a iniciar qualquer processo para pagar reparações pelas atrocidades cometidas durante a escravidão transatlântica e a era colonial, contrariando comentários anteriores do presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa. Do século XV ao XIX, 6 milhões de africanos foram sequestrados e transportados à força através do Atlântico por navios portugueses e vendidos como escravos, principalmente no Brasil. André Ventura, líder do partido de extrema-direita Chega, chamou o comportamento do presidente de “uma traição ao país”. “Em relação às reparações, devemos finalmente entrar em uma nova era”, disse o alto comissário para direitos humanos, Volker Türk, da ONU, sobre pessoas de ascendência africana. “Os governos devem se mobilizar para mostrar uma verdadeira liderança com compromissos genuínos para passar rapidamente das palavras à ação que resolverá os erros do passado.”

A informação foi publicada pelo The Guardian e pelo noticiário russo RT no domingo.

REDUÇÃO DA FOME

O número de brasileiros em situação de insegurança alimentar e nutricional caiu de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%), o que significa que 24,4 milhões de pessoas deixarão de passar fome no Brasil em 2023, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), noticiou o uruguaio La Diaria no domingo.

BELÉM E A COP30

Os preparativos estão em andamento na cidade brasileira de Belém para sediar a COP30, a conferência climática das Nações Unidas, uma reunião crucial para o futuro do planeta e de magnitude sem precedentes para este canto norte da floresta amazônica em novembro de 2025. À medida que os olhos do mundo se voltam para essa cidade, o foco está em sua capacidade de receber tantas pessoas e nos desafios estruturais enfrentados por seus moradores. O apelo para que a Amazônia sediasse o evento foi liderado pelo presidente Lula, durante sua visita à COP27 no Egito em novembro de 2022. “Acho muito importante que as pessoas que defendem a Amazônia e o clima conheçam de perto a região”, disse Lula na conferência. A candidatura oficial de Belém foi lançada após sua posse em janeiro de 2023 e foi aceita pela ONU no final do ano. A reportagem aponta problemas da cidade. Em meio à maior bacia hidrográfica do mundo, tanto em volume quanto em área de superfície, 23% dos habitantes de Belém não têm acesso ao abastecimento de água potável da cidade, enquanto 83% não estão conectados ao sistema de esgoto, aponta o site argentino El Diário Ar. “Não faz sentido fazer uma reforma na cidade apenas para o COP. Ou se faz um bom trabalho ou não se faz nada”, disse Fernando Souza, presidente do sindicato de peixarias local.

Na imagem, os presidentes Gustavo Petro e Lula em encontro em maio de 2023 em Brasília / Ricardo Stuckert

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