8 de março: mulheres tomam as ruas do mundo em busca de igualdade, justiça e dignidade
DATA DE COMEMORAÇÃO, MAS TAMBÉM DE LUTA
No Dia Internacional da Mulher, nesta sexta-feira, 8 de março, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais saem às ruas do Brasil para defender a democracia, lutar pela igualdade salarial e contra a violência. A data é essencial no calendário feminista global, com movimentos feministas em vários países se organizando para ocupar o espaço público em seus territórios, levantando suas bandeiras com slogans e adereços que se tornaram símbolos do futuro que almejam (Marcha).
Segundo a CUT, pesquisas indicam que, mesmo ocupando as mesmas posições de trabalho ou possuindo maior qualificação que os homens, as mulheres continuam recebendo salários menores. Elas também são as mais propensas a ter empregos informais, devido à necessidade de conciliar o trabalho com responsabilidades domésticas e familiares, o que representa uma jornada adicional não remunerada.
Alvos de intimidação psicológica, como assédio moral, de discriminação e desigualdade em vários espaços, as mulheres são as maiores vítimas das diversas formas de violência, que incluem também agressões físicas praticadas especialmente por maridos, namorados, companheiros e ex-companheiros.
Em 2023, a cada seis horas uma mulher foi brutalmente assassinada no Brasil. A informação, divulgada pelo Fórum Nacional de Segurança Pública nesta quinta-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, revela que apesar de alguns avanços nos direitos e oportunidades nos últimos anos, as mulheres ainda enfrentam violência generalizada no Brasil (Correio da Manhã).
Neste segundo ano de governo do presidente Lula, focado em questões sociais e em sintonia com a luta das mulheres, todos os desafios enfrentados por elas destacam ainda mais a urgência de reforçar os investimentos nas políticas públicas prejudicadas pela administração anterior, a fim de assegurar sua proteção (Prensa Latina).
PARIS 2024: EQUIDADE DE GÊNERO
Os Jogos Olímpicos deste ano, que acontecerão entre 26 de julho e 11 de agosto em Paris, serão marcados pela equidade de gênero, com a participação de 5.250 homens e 5.250 mulheres.
A delegação do Brasil, pela primeira vez na história das Olimpíadas, será composta por mais mulheres do que homens. Até o momento, estão garantidas 163 vagas, sendo 101 para mulheres, 47 para homens e outras 15 sem definição de gênero – no hipismo, as mulheres competem com os homens e na natação não há distinção nos revezamentos (Prensa Latina).
6 ANOS DEPOIS, MARIELE, PRESENTE!
O próximo 14 de março marca os seis anos desde o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. O crime permanece sem solução, mas existem suspeitas sobre possíveis mandantes, incluindo políticos influentes e membros das milícias.
A luta de Marielle, a vereadora do Rio de Janeiro defensora dos direitos humanos e crítica da violência policial, continua relevante. Ela deixou um legado de engajamento político e social, sendo lembrada através de homenagens e instituições que mantêm suas bandeiras, enfrentando desafios como o feminicídio e a violência contra a comunidade LGBTQIA+. Sua memória inspira uma luta contínua por justiça e igualdade social. Em 2021, o 14 de março foi instituído como o “Dia Marielle Franco – Dia de Luta contra o Genocídio da Mulher Negra” (CLAE).
SURTO DE DENGUE
Oito dos 27 estados brasileiros declararam estado de emergência devido ao aumento contínuo de casos e mortes por dengue. As estatísticas de 2024 apresentam um cenário sombrio, com um milhão de casos notificados apenas nas primeiras oito semanas do ano, número que contrasta fortemente com os 207 mil casos notificados durante o mesmo período de 2023 (Brazilian Report).
O surto, quase cinco vezes maior do que no ano passado, concentra-se principalmente no Sul e no Sudeste do Brasil, deixando em alerta as províncias do Norte da Argentina, à medida que a epidemia se desloca do Nordeste para o Centro do país. Especialistas apontam que o pico deste surto, provavelmente o maior desde 2009, ainda não foi alcançado (La Nación).
PELA APROVAÇÃO DA PL 2630
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou um relatório no qual destaca a “notável” ausência de um marco regulatório que garanta de forma permanente um ambiente favorável para o jornalismo no Brasil. De acordo com a entidade, a aprovação do Projeto de Lei 2630/2020, também conhecido como PL das Fake News, que estabelece a responsabilidade legal das plataformas digitais pelo conteúdo que veiculam, é fundamental para mudar o cenário atual, apesar de reconhecer que a oposição da extrema-direita no Congresso e o lobby das plataformas online são obstáculos para sua aprovação na Câmara.
O relatório também aborda uma proposta que anteriormente fez parte do PL das Fake News, agora incorporada a outra proposta: a obrigação das plataformas digitais, como Google e Facebook, de compensar empresas jornalísticas pelo uso de suas publicações (Brazilian Report).
ZAMBELLI PEDE LICENÇA
Carla Zambelli, a terceira deputada mais votada do Brasil em 2022, anunciou uma licença temporária por motivos de saúde não divulgados. Ela, que está em seu segundo mandato, já teve licenças médicas anteriores, incluindo uma após o diagnóstico de Covid-19 em 2023, quando seu escritório confirmou que ela não havia sido vacinada.
Recentemente, a Polícia Federal apresentou acusações criminais contra a deputada, alegando que ela teria ordenado um ataque a servidores do judiciário, incluindo a invasão do celular do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O hacker supostamente contratado por ela, Walter Delgatti, também está enfrentando acusações (Brazilian Report).
ACORDO UE-MERCOSUL
O presidente da Espanha Pedro Sanchez propôs uma aliança com o Brasil para dissipar as dúvidas em relação ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Ele reiterou a importância de continuar trabalhando juntos com base nos avanços alcançados na cúpula UE-CELAC (EFE).
ELEIÇÕES NA VENEZUELA
A governo venezuelano convidou a União Europeia a enviar uma missão de observação para a eleição presidencial que ocorrerá no país, anunciada para o dia 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) acolheu os acordos que contemplam a participação de observadores (EFE).
CONFLITO NO HAITI
Diante de uma crescente tensão, o Haiti enfrenta o risco iminente de grupos paramilitares assumirem o controle. O primeiro-ministro Ariel Henry ainda não conseguiu retornar ao país após a onda de ataques de milícias e gangues armadas que resultaram na libertação de quatro mil presos.
O vácuo de poder decorrente da falta de eleições fortaleceu as gangues, que agora estão mais armadas e organizadas do que nunca. Surgiram suspeitas de envolvimento de políticos como Domingos Brazão, enquanto Jimmy Cherizier, líder de uma das gangues, busca derrubar o primeiro-ministro (Pátria Latina).
Nesta sexta-feira (8), o país prorrogou o estado de emergência por mais um mês e renovou o toque de recolher devido à violência, na tentativa de “restabelecer a ordem e retomar o controle da situação” (EFE).
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*Imagem em destaque: Brasília (DF), 08/03/2024 – Mulheres vão às ruas de Brasília pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil